A palavra "cerâmica" provém do termo grego KERAMIKÉ, derivação de KERAMOS, que significa argila. Por cerâmica entende-se o conjunto de atividades destinadas à obtenção de toda a espécie de objetos confeccionados com barros de qualquer tipo. Podem ser decorados ou não, utilizando-se, para isso, a propriedade que possui a argila de se moldar facilmente no seu estado plástico (barro umedecido) adquirindo dureza à medida que avança a sua secagem, ou, por efeito da cozedura.
Sendo uma das atividades mais antigas usada na manufatura de utensílios e produtos que sempre foram utilizados na construção e ornamento de habitações, no armazenamento e transporte de produtos (especialmente gêneros alimentícios), calcula-se que o barro vermelho já teria sido explorado no período Neolítico (8.000 anos antes de Cristo).
No fim da Idade da Pedra, iniciou-se a cozedura da argila em fornos, o que revolucionou a utilização da telha ao conferir-lhe propriedades de resistência que viriam a permitir a sua utilização em projetos mais arrojados. Como exemplos, a famosa Torre de Babel, a grande muralha da China e a inscrição dos primeiros hieróglifos (a palavra escrita, base de toda a Civilização) em placas de argila.
Tendo desenvolvido e aperfeiçoado as técnicas de cerâmica, os romanos impulsionaram a utilização genérica deste material em diversos tipos de construções, difundindo os seus segredos por povos e civilizações ao longo de todo o seu império. É interessante mencionar que já nessa época muitos fabricantes gravavam nos seus produtos, uma marca distintiva da sua origem.
A cobertura de colmo ou madeira, que cobria a casa primitiva, foi substituída pela de telhas, justapostas e/ou sobrepostas. O invento das telhas atribui-se a Kiniras, rei de Chipre, mas é possível que os Assírios já conhecessem muito antes o seu uso. De fato, julga-se que o emprego da telha seja quase tão antigo como o do tijolo. Mas, o avançado estado de ruína em que chegaram até nós os monumentos anteriores à época romana torna difícil fazer uma idéia exata do que poderiam ter sido as coberturas e a forma como se aplicavam as telhas. 2
Uma vez generalizado o uso da telha, e devido às suas qualidades de resistência e duração, passou também a ser utilizada como elemento decorativo, aparecendo em peças acessórias, por vezes pintadas, como cabeças de mulher, flores e folhas, animais, etc. Estas eram aplicadas como complementos com as telhas de cumeeira, com todas as outras já existentes e com as que foram depois aparecendo, de diversas formas e dimensões.
Os romanos utilizavam duas espécies de telhas. Umas, as "Tégulae" planas, de forma retangular, munidas de rebordos laterais nos seus lados mais compridos e tendo em média cerca de 34 a 40 cm de comprimento por 23 a 27 cm de largura. As outras, chamadas "Imbrices" e de secção semi-cilíndrica (como a antiga telha de canudo ou mourisca) eram utilizadas para recobrir as juntas deixadas pelas "Tégulae". O uso das telhas romanas mantém-se muito tempo na Europa, tendo sido utilizadas na França até o Séc. XI, e só posteriormente foi substituída a sua forma retangular pela trapezoidal, mais adequada à sua função.
Mas, com o andar dos tempos, foram aparecendo novos tipos de telhas, como a telha dita "Champagne" (Flamenga) e a telha "canudo" ou "canal" que se assemelhava à Flamenga cortada em duas. Porém, as telhas romanas continuaram ainda a ser usadas até ao Séc. XVIII. Foi finalmente em 1841 que se verificou a invenção que iria revolucionar a fabricação das telhas, dando-lhes o alto grau de perfeição que hoje possuem. Trata-se do aparecimento das telhas de encaixe, fabricadas mecanicamente, e cuja invenção se deve aos Irmãos Gilardon d'Altkirche, franceses, da Alsácia. E foi assim, embora inicialmente apenas se fabricassem telhas planas e de encaixe, que posteriormente apareceram as telhas Marselha e Romana, e ainda mais tarde, outra resultante da junção da "Tégulae" com a "Imbrice", conhecida no Brasil por "Telha Portuguesa".
Fonte: www.massimatelhagres.com.br/curiosidade-historia-da-telha
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