Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ele dormia!
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ele dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonho se banhava e se esquecia!
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonho se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, 12 de setembro de 1831- Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) - Além de poeta, foi contista, ensaísta e dramaturgo. Ligado à segunda geração do romantismo, é patrono da cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras.
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