Vimos, a todo instante, a mídia nacional
veicular os escândalos desta nossa imensa nação, inclusive na área
judiciária.
Ficamos, então, a imaginar como ocorreu uma
degeneração nos bons costumes e na moral do povo brasileiro, inclusive de alguns
meritíssimos juízes.
A nossa geração aprendeu, desde cedo, o
respeito e a veneração que deveríamos nutrir pela respeitável figura do Doutor
Juiz de Direito.
Por sua vez, os magistrados do passado
conheciam a seriedade da sua toga e também zelavam pelo bom nome do seu
importante cargo.
Esta engraçada história é daquele tempo.
O juiz de uma determinada cidade do Seridó
gostava de tomar uma cachacinha.
Porém, como um homem que detinha uma função
de tão grande envergadura poderia frequentar um bar qualquer daquela
cidade?
Expor-se? Jamais. Então, o que ele
fazia quando estava a fim de derrubar uma meiota?
Chamava a sua empregada doméstica,
fornecia-lhe o dinheiro e dava o seguinte recado:
– Vá à bodega, compre uma garrafa de cachaça
e mande embrulhar bem.
E sempre tinha o cuidado de
acrescentar:
– Se, porventura, alguém perguntar para quem
é a encomenda, em hipótese alguma diga que é para mim.
E aquela rotina era sempre assim,
invariavelmente, todo final de semana, até que um dia a coisa
mudou.
O Doutor Juiz, talvez cheio de problemas
forenses, encheu a cara, bebendo todo o conteúdo da primeira garrafa.
Embriagado, chamou novamente a mocinha e
mandou comprar outra garrafa, mas mudando o teor do recado:
– Mariazinha, vá à bodega novamente e compre
agora duas garrafas de cachaça. Não precisa mandar enrolá-las.
E acrescentou ao novo recado:
– E
venha batendo uma garrafa na outra e gritando: 'esta cachaça é para o Doutor
Juiz de Direito desta comarca'.
Ciduca Barros
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