terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A imagem perdida

Como essas coisas que não valem nada
E parecem guardadas sem motivo
(Alguma folha seca... uma taça quebrada)
Eu só tenho um valor estimativo...
 
Nos olhos que me querem é que eu vivo
Essa existência efêmera e encantada...
Um dia hão de extinguir-se e, então, mais nada
Refletirá meu vulto vago e esquivo...
 
E cerraram-se os olhos das amadas,
O meu nome fugiu de seus lábios vermelhos,
Nunca mais, de um amigo, o caloroso abraço...
E, no entretanto, em meio desta longa viagem,
Muitas vezes parei... e, nos espelhos,
Procuro, em vão, minha perdida imagem!
 
 
Mário Quintana
 
 
 
*Sugestão de postagem do amigo Adauto Neto

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