O patrão atual, por exemplo, berrava sem precisão. Quase nunca vinha
à fazenda, só botava os pés nela para achar tudo ruim. O gado
aumentava, o serviço ia bem, mas o proprietário descompunha o vaqueiro.
Natural. Descompunha porque podia descompor, e Fabiano ouvia as
descomposturas com o chapéu de couro debaixo do braço, desculpava-se e
prometia emendar-se. Mentalmente jurava não emendar nada, porque estava
tudo em ordem, e o amo só queria mostrar autoridade, gritar que era
dono.
Vidas Secas (Graciliano Ramos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário