As dicas a seguir foram extraídas do livro Como Vencer um Debate sem Precisar ter Razão,
de Arthur Schopenhauer (livro que o filósofo deixou inconcluso ao
falecer). Ao leitor, tais dicas talvez soem um tanto quanto
“maquiavélicas”, imorais, mas conhecê-las pode ser útil inclusive para
não se permitir ludibriar por aqueles que lançam mão delas.
1 – Generalize as afirmações do seu oponente:
consiste em levar a afirmação do oponente além de sua fronteira
natural, tomá-la e interpretá-la da maneira mais ampla e generalista
possível e exagerá-la; ou pelo contrário, tomá- la no sentido mais
restrito possível, fechá-la nos menores limites possíveis, porque quanto
mais geral se torna uma afirmação, mais ataques ela pode receber.
2 – Faça o oponente concordar de forma indireta:
quando a disputa se desenrola de maneira um tanto rigorosa e formal e
se deseja claramente chegar a um acordo, então quem fez as afirmações e
quer prová-las deve agir contra o oponente, colocando-lhe questões para
demonstrar a verdade a partir de suas conclusões. Esse método
erotemático (também chamado de socrático) foi especialmente utilizado
pelos antigos
3 – Disfarce seu objetivo final: as
perguntas quando não são feitas na ordem que levaria a uma conclusão
possível podem levar a uma confusão muito grande. O oponente não sabe
aonde você quer chegar e não pode se precaver. Também é possível usar
suas respostas para tirar diferentes conclusões, até contrapô-las, de
acordo com suas características.
4 – Use a psicologia da negação:
quando percebe que o oponente nega de maneira proposital (e infantil)
as afirmações cuja aprovação seria usada para a nossa frase, deve-se
perguntar o oposto da oposição utilizada, como se estivéssemos ansiosos
por sua aprovação; ou deve-se pelo menos apresentar as duas para
escolha, para que ele então não perceba qual frase queremos que seja
aprovada.
5 – Tome um conceito geral para o caso particular:
faz-se uma indução e o oponente cede em casos individuais, pelos quais
ela deve ser apoiada. Então não se deve perguntar a ele se também
admite a verdade em geral que surge desses casos, mas sim introduzi-la
depois como estabelecida e reconhecida. Nesse meio-tempo, ele próprio
vai passar a acreditar que a admitiu, e isso vai acontecer também com os
ouvintes, porque vão se lembrar das diversas perguntas sobre cada caso
específico e vão supor que elas devem, claro, ter alcançado seu
objetivo.
6 – Desfoque; depois encontre uma brecha:
se o oponente nos desafiar de maneira expressa e fizer uma objeção
contra algum ponto específico de nossa afirmação, contra o que não temos
nada a dizer, então precisamos utilizar a generalização e devolver o
ataque da seguinte forma: Se somos chamados a dizer por que determinada
hipótese da física não pode ser aceita, devemos falar sobre a ilusão do
conhecimento humano e citar vários exemplos.
7 – Invalide a teoria pela prática:
“o que pode estar certo na teoria na prática está errado.” Por meio
desse sofisma aceitam-se as premissas mas nega-se a conclusão: em
contradição com a regra a ratione ad rationatum valet consequentia [do
motivo à consequência, vigora a consequência]. Essa afirmação baseia-se
em uma impossibilidade: o que em teoria está certo deve valer também na
prática; se não valer, então existe um erro na teoria, alguma coisa não
foi percebida e não foi levada em consideração, portanto isso está
errado também na teoria.
Fonte: aqui
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