A gravura em água forte de Frans Post, de 1645, retrata a Batalha
Naval do Cabo Branco, travada entre as esquadras holandesa e
luso-espanhola, em 13 de janeiro de 1640, em frente à minha casa [Praia de Cabo Branco, em João Pessoa].
Segundo nos conta o enciclopédico Evandro da Nóbrega (http://migre.me/9Xk3L), a
Batalha do Cabo Branco é parte de uma série de batalhas navais travadas
entre holandeses e ibéricos ocorridas de 12 a 17 de janeiro de 1640,
nas costas nordestinas. Pelo menos quatro dessas batalhas navais
foram retratadas por Frans Post, da entourage científico-cultural
trazida ao Brasil por Maurício de Nassau, e incluídas na obra de Kaspar
van Baerle (Casparus Barlaeus) sobre a "História do Brasil Holandês".
Na "refrega cruenta e terrível" travada à vista do Cabo Branco, tão intenso era, de parte a parte, o furor da artilharia, que a fumaça escondia "aos olhos o próprio céu e os inimigos". Coube aos holandeses a vitória... A
esquadra holandesa estava sob o comando do almirante Willem Loos (morto
em combate, foi sucedido por Jacob Huyghens), enquanto que a armada
luso-espanhola era liderada pelo Conde da Torre, Dom Fernando
Mascarenhas. Só a nau-almiranta espanhola San José contava com 54
canhões de bronze. As naus menores, com capacidade 100 a 400 toneladas,
conduziam milhares de homens, "alistados na Espanha, Portugal, Bahia, Rio de Janeiro e Rio da Prata".
A armada holandesa contava com pouco menos de 35 naus — mas sua grande
vantagem era a mobilidade: enquanto os pesadões navios ibéricos tinham
dificuldade em realizar manobras, as leves naus batavas moviam-se com
rapidez.
Marcílio Franca
(Publicado originalmente por Evandro da Nóbrega na última
página da edição de 15 de novembro de 2009 do jornal A União, João
Pessoa, PB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário