Quando ouvimos a palavra filosofia, imaginamos algo muito complicado e
teórico, pouco aplicável na vida cotidiana. Mas se a gente buscar o
significado desta palavra, descobriremos que ela quer dizer amor ao
saber. Se pararmos para pensar, é o amor ao saber que move a nossa vida,
que nos impulsiona, que nos torna curiosos e capazes de aprender e
descobrir coisas novas.
Sem
amor ao saber, não aprendemos, não conhecemos, não entendemos o olhar
do outro, não conseguimos respeitar as culturas alheias, não conseguimos
argumentar com assertividade. Enfim, paramos no tempo e no espaço e
começamos a reproduzir de forma incessante e pouco crítica condutas
equivocadas e opiniões pasteurizadas.
Muita gente acha normal ser
explorado pela empresa onde trabalha. Muita gente acha normal valorar as
pessoas pelas roupas que usa e sapatos que calça. Muita gente acha
normal agredir quem pensa diferente. Muita gente acha normal que existam
pessoas vivendo em um estado miserável. Muita gente acha normal o
individualismo da nossa época. Muita gente acha normal rotular os
depressivos de fracos e os românticos de bobos. Muita gente acha normal
rotular os pobres de preguiçosos.
Sem o amor ao saber não
evoluímos intelectualmente e emocionalmente. Sem o amor ao saber não
temos senso crítico, não temos autocrítica. Sem o amor ao saber não nos
reinventamos, não reciclamos nossas ideias e valores, nos fechamos
dentro de nós mesmos, acreditando em paradigmas da infância. Sem amor ao
saber não entendemos a complexidade da vida e a importância de fazermos
a diferença no mundo. Sem o amor ao saber não compreendemos o papel das
artes, a essência da educação, o poder do amor. Sem o amor ao saber
reduzimos o conceito de amizade e nos acomodamos em ser e fazer tudo
aquilo que os outros fazem sem questionar.
Ninguém precisa estudar
filosofia de maneira sistemática e formal, embora seja muito
interessante entrar em contato com as ideias de alguns filósofos
estruturantes do pensamento contemporâneo. Por outro lado, basta
refletirmos sobre a vida, nos questionarmos constantemente, nos
indagarmos sobre os porquês e como podemos atuar socialmente de uma
maneira mais significativa para adotarmos um pensamento filosófico.
Quando alguém se pergunta “O que estou fazendo no mundo? Qual é a minha
missão nesta vida? Existe realmente alguma missão?” já está filosofando,
já está amando o saber.
Texto de Sílvia Marques.
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