domingo, 29 de março de 2015

Ironia de Lágrimas

Junto da morte é que floresce a vida!  
Andamos rindo junto a sepultura. 
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida. 

A Morte lembra a estranha Margarida 
Do nosso corpo, Fausto sem ventura…
Ela anda em torno a toda criatura 
Numa dança macabra indefinida. 

Vem revestida em suas negras sedas 
E a marteladas lúgubres e tredas 
Das Ilusões o eterno esquife prega. 

E adeus caminhos vãos mundos risonhos!
Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada cega!


Cruz e Sousa

 

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