Filho de Eolo (o deus dos ventos), Sísifo foi considerado como o homem mais astuto do seu tempo. Tendo presenciado o rapto de Egina, filha de Asopo (o deus rio) denunciou Zeus, o deus dos deuses, ao pai da moça, em troca de uma fonte na sua cidade. Furioso com tal insolência Zeus ordenou a Tânatos que o matasse. Sísifo no entanto armou uma cilada e conseguiu aprisionar o deus da morte, provocando desse modo um desequilíbrio no Hades. Efesto, preocupado com a parada de ingresso dos mortais em seus domínios, queixou-se a Zeus. Este providenciou pessoalmente para que a tarefa da morte de Sísifo fosse cumprida. Sabendo do inexorável da sentença, Sísifo ordenou à sua mulher para que não lhe prestasse homenagem fúnebre nenhuma. Chegando ao Hades nessas condições foi interpelado por Efesto: como poderia um rei apresentar-se de modo tão irregular perante o deus dos mortos, sem ter realizado os rituais premonitórios? Fingindo estar furioso, atribuiu toda a culpa dessa profanação à mulher e exortou que lhe fosse permitido voltar, apenas por um dia, para puni-la de forma exemplar. Efesto hesitou porem não pode negar-lhe o direito de fazer cumprir os rituais obrigatórios para a sua passagem ao mundo dos mortos. Sísifo aproveitou-se da concessão e não retornou ao Hades, conforme havia prometido. Voltou a defrontar-se com a morte somente muitos anos depois e, dessa vez, ele sim, foi castigado de forma exemplar – condenado a subir uma montanha carregando uma pedra enorme, a qual, a partir do cume deveria fazer rolar pela encosta abaixo, repetindo a tarefa indefinidamente – empurrar a pedra até o topo do morro e deixá-la rolar pela encosta abaixo, repetindo essa operação indefinidamente.
Segundo o filósofo francês Albert Camus, o sentido desse castigo era o de provar aos homens sobre a inutilidade e o absurdo de tentar iludir a morte.
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