Quando o amigo Eduardo Beu me deu a notícia, não tive dúvida, peguei um
barquinho no rio Paraguaçu, em Cachoeira, na Bahia, onde me encontrava na Flica,
bela festa literária, e sai perdido, como aqueles caras que perderam Deus e
passaram a acreditar em Jim Jarmusch.
Havia feito, uma semana antes, um tributo a ela, no Wonka, em Curitiba,
recriando a letra de “God bye Emmanuelle”, de Serge Gainsbourg, no projeto
“Trovadores do Miocárdio”.
A morte da atriz holandesa Sylva Kristel, a Emmanuelle, aos 60 anos, me
deixou à deriva. Por isso demorei tanto para escrever sobre.
Essa mulher foi tudo. Essa mulher levou a linha do destino da minha mão
direita de tantos gozos do vício solitário.
Essa mulher me matou de gozo, essa mulher não morre nunca no meu pobre
juízo.
Se um homem que é homem tem mais de 40 anos… esse homem se derreteu,
alguma vez na vida por essa respeitável holandesa.
Que me desculpe, amigo, estou emocionado, embora tenha buscado na fuga do
Recôncavo baiano o esquecimento dessa morte.
Mesmo lesado, perdido, não teve jeito. Só pensei em ti, Emmanuelle,
principalmente você amando um homem em pleno voo lindo e noturno.
Eu te amo, Emmanuelle, que a vida lhe seja leve.
Xico Sá
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