Os cortes orçamentários na Europa provocaram um importante manifesto por parte
de vários agraciados com o Nobel em áreas diversas. Assinam o documento André
Geim (física, 2010), Martin Evans (medicina, 2007), John Walker (química, 1997),
entre muitos outros luminares. Eles perguntam, no final do texto, qual será o
papel da ciência no futuro da Europa, a partir da dramática redução do orçamento
para pesquisa.
Os pesquisadores partem do princípio de que a crise europeia, ao invés de
ensejar atitudes conservadoras, deveria estimular soluções criativas. Pelo
simples fato de que representa uma imensa oportunidade: por meio da ciência,
soluções para a economia e para outros problemas do mundo poderiam ser
alcançadas.
Eles afirmam, ainda, que a Europa não pode se dar o luxo de perder seus
cientistas.
Na Inglaterra, o endurecimento das regras de controle da imigração está
causando outro efeito negativo: a perda de estudantes com potencial para
vitalizar a economia por meio de iniciativas inovadoras.
No lugar da tradicional permissão de dois anos para trabalhar no país após
completar o curso, as novas regras dão apenas alguns meses para que o formando
encontre alguém que esteja disposto a lhe pagar.
A consequência foi a redução no número de estudantes que conseguem ficar no
Reino Unido depois de concluir os estudos.
Nos Estados Unidos, o livro The immigrant exodus, de Vivek Wadhwa,
está causando grande impacto por alertar para o fato de que o país está perdendo
a capacidade de atrair talentos, para estudar ou trabalhar. Além da dificuldade
de obter vistos, os estudantes – tal qual no Reino Unido – não conseguem
trabalhar ou, se conseguem trabalho, não podem mudar de emprego, sob pena de
perderem o visto e terem de abandonar o país.
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Murillo de Aragão, é cientista político
Fonte: Blog do Noblat
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