terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Médicos questionam uso de tiras medidoras de glicose para diabéticos


Pessoas com diabetes tipo 2 são muitas vezes aconselhadas a usar tiras de teste de glicose para monitorar seus níveis de açúcar no sangue. Porém, uma análise canadense descobriu que o automonitoramento de rotina não traz um bom custo-benefício para muitos pacientes: as tiras podem custar quase US$ 1 a unidade (nos EUA), e elas previnem relativamente poucas complicações associadas ao diabetes.

A descoberta faz parte de uma análise que levou a Agência Canadense para Drogas e Tecnologia em Saúde a divulgar recomendações não obrigatórias contra o automonitoramento de rotina para muitos diabéticos do tipo 2 --os que não tomam insulina.

Especialistas nos Estados Unidos disseram que era necessário mais estudo, mas enfatizaram que as tirinhas de teste de glicose, que são cobertas pelos planos de saúde, podem ser úteis na adaptação de dietas, exercícios e regimes medicamentosos.

Além disso, as tirinhas são recomendadas para pacientes tipo 2 que tomam insulina ou as drogas chamadas sulfonilúreas, responsáveis por estimular a produção de proteína; esses pacientes têm risco de desenvolver hipoglicemia, ou um nível muito baixo de açúcar no sangue.

Entretanto, para outros tipos de pacientes do tipo 2, os benefícios das tiras diminuem acentuadamente.

Outro estudo canadense relatou que mais de mil pacientes precisariam usar as tirinhas regularmente para prevenir um único caso de falência renal, por exemplo, e cerca de 500 precisariam ser tratados para prevenir um único caso de derrame, amputação ou cegueira.

Em vez de confiar nas tirinhas, dizem os especialistas canadenses, os pacientes deveriam vigiar sua dieta, exercício, peso e pressão arterial.

"O recado que gostaríamos de dar àqueles que vivem com diabetes tipo 2", disse Barb Shea, vice-presidente da agência de saúde, "é que é preciso mais do que testar o sangue para cuidar da saúde".







RONI CARYN RABIN
do New York Times
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u687419.shtml

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