A relação de amizade dos seres humanos inicia-se normalmente na escola, no período da infância ou até mesmo nas praças públicas e clubes onde os pais costumam levar seus filhos para brincar. Isso em uma realidade das grandes metrópoles.
Na primeira infância é comum encontrarmos meninos e meninas em uma relação mais ampla disputando e compartilhando o mesmo escorregador, as balanças, os pneus e as bolas. Em uma relação mais direcionada ou pedagógica, continuam desfrutando dos jogos e de atividades coletivas escolares. Em outros momentos, muitas vezes observamos as crianças separadas aleatoriamente em grupos do mesmo gênero. Percebemos que em um movimento espontâneo as meninas se aglomeram para brincadeiras femininas e os meninos para brincadeiras masculinas.
Certamente essas influências de gênero são pré-determinadas até mesmo anteriormente ao nascimento e durante a convivência social com a família. Por uma boa etapa da infância os grupos ora estão misturados, ora estão juntos, passando por momentos em que as meninas estão realmente confinadas, mais constantemente entre si e os meninos com os iguais.
Na puberdade e na adolescência os jovens buscam contatos mais mistos e o interesse sexual leva a um olhar de desejo ao outro e, normalmente, esses sentimentos são compartilhados em um clima de intimidade com os amigos de mesmo gênero. As meninas costumam ter longas conversas com suas amigas a respeito do tal garoto, buscam estratégias de conquistas e de conforto. Nessa fase há um grande mergulho nas relações de amizade e o conluio do feminino vai se intensificando e parece existir um "você me entende, você é mulher como eu". Choram, dão risadas, sentem inveja, se aconselham, nascem rivalidades.
Os meninos jovens, em uma dinâmica muito masculina compartilham suas emoções não com tanta intensidade e procuram com os colegas, guardar também muitos dos seus sentimentos para si. Criam um código pessoal masculino de dividir suas angústias sem falar diretamente sobre elas.
Naturalmente esse grupo de amigos e amigas vai se formando e homens e mulheres podem se encontrar para curtir a vida, estudar, falar de seus problemas, se paquerar. Estão em um processo de formação de identidade e nessa fase é importante estar com pessoas do mesmo gênero para uma busca do seu reconhecimento pessoal como homem ou mulher.
No universo adulto não é comum homens e mulheres serem profundamente amigos entre si e trocar intimidades a ponto de abordar preferências ou situações sexuais. Ter um grande amigo é muitas vezes aconselhá-lo, reforçar sua identidade, dar dicas de como o outro gênero pensa. Porém, a maneira como os homens falam das mulheres e elas dos homens, só costumam existir em uma relação com seres do próprio gênero.
As mulheres e os homens, sem dúvida, crescem muito quando podem ter amigas e amigos com quem dividir suas angústias e decepções, porque esse aprofundamento vai intensificando e a formação da identidade de seu próprio gênero amadurecendo.
Nas relações de amizade entre homens e mulheres heterossexuais é possível criar uma relação de amor, ou surgir o interesse afetivo-sexual de uma ou de ambas as partes. Observo que muitos homens e mulheres que eram amigos tornaram-se foco de desejo para uma relação de amor. É compreensível que essa relação possa se tornar valiosa a ponto do outro estar disposto a ser seu companheiro e ocorrer uma transformação do vínculo.
A relação homem e mulher pode contribuir muito para que as mulheres compreendam melhor os homens e vice-versa. A amizade é algo muito importante para a vida do ser humano, pois muitas vezes está nela a contribuição de um crescimento mais amplo que não pode ser adquirido no universo familiar. Duas irmãs podem ser muito amigas, mas jamais serão amigas como duas amigas que não são irmãs. Assim como a amizade de gêneros iguais não é a mesma entre pessoas de gêneros diferentes.
As expectativas na relação de amizade devem ter suas ressalvas e podem ser compreendidas como parte integrante de um aprimoramento pessoal, variando em grau, intensidade e gênero.A relação de amizade entre gêneros opostos é uma relação diferenciada e aborda outros ângulos e portanto tem uma formatação diferente.
Acredito nas distinções de gênero, na pluralidade de amizades e penso que o encontro das oposições, das diferenças e das semelhanças são sempre bem-vindos, sem precisar uniformizá-los.
Na primeira infância é comum encontrarmos meninos e meninas em uma relação mais ampla disputando e compartilhando o mesmo escorregador, as balanças, os pneus e as bolas. Em uma relação mais direcionada ou pedagógica, continuam desfrutando dos jogos e de atividades coletivas escolares. Em outros momentos, muitas vezes observamos as crianças separadas aleatoriamente em grupos do mesmo gênero. Percebemos que em um movimento espontâneo as meninas se aglomeram para brincadeiras femininas e os meninos para brincadeiras masculinas.
Certamente essas influências de gênero são pré-determinadas até mesmo anteriormente ao nascimento e durante a convivência social com a família. Por uma boa etapa da infância os grupos ora estão misturados, ora estão juntos, passando por momentos em que as meninas estão realmente confinadas, mais constantemente entre si e os meninos com os iguais.
Na puberdade e na adolescência os jovens buscam contatos mais mistos e o interesse sexual leva a um olhar de desejo ao outro e, normalmente, esses sentimentos são compartilhados em um clima de intimidade com os amigos de mesmo gênero. As meninas costumam ter longas conversas com suas amigas a respeito do tal garoto, buscam estratégias de conquistas e de conforto. Nessa fase há um grande mergulho nas relações de amizade e o conluio do feminino vai se intensificando e parece existir um "você me entende, você é mulher como eu". Choram, dão risadas, sentem inveja, se aconselham, nascem rivalidades.
Os meninos jovens, em uma dinâmica muito masculina compartilham suas emoções não com tanta intensidade e procuram com os colegas, guardar também muitos dos seus sentimentos para si. Criam um código pessoal masculino de dividir suas angústias sem falar diretamente sobre elas.
Naturalmente esse grupo de amigos e amigas vai se formando e homens e mulheres podem se encontrar para curtir a vida, estudar, falar de seus problemas, se paquerar. Estão em um processo de formação de identidade e nessa fase é importante estar com pessoas do mesmo gênero para uma busca do seu reconhecimento pessoal como homem ou mulher.
No universo adulto não é comum homens e mulheres serem profundamente amigos entre si e trocar intimidades a ponto de abordar preferências ou situações sexuais. Ter um grande amigo é muitas vezes aconselhá-lo, reforçar sua identidade, dar dicas de como o outro gênero pensa. Porém, a maneira como os homens falam das mulheres e elas dos homens, só costumam existir em uma relação com seres do próprio gênero.
As mulheres e os homens, sem dúvida, crescem muito quando podem ter amigas e amigos com quem dividir suas angústias e decepções, porque esse aprofundamento vai intensificando e a formação da identidade de seu próprio gênero amadurecendo.
Nas relações de amizade entre homens e mulheres heterossexuais é possível criar uma relação de amor, ou surgir o interesse afetivo-sexual de uma ou de ambas as partes. Observo que muitos homens e mulheres que eram amigos tornaram-se foco de desejo para uma relação de amor. É compreensível que essa relação possa se tornar valiosa a ponto do outro estar disposto a ser seu companheiro e ocorrer uma transformação do vínculo.
A relação homem e mulher pode contribuir muito para que as mulheres compreendam melhor os homens e vice-versa. A amizade é algo muito importante para a vida do ser humano, pois muitas vezes está nela a contribuição de um crescimento mais amplo que não pode ser adquirido no universo familiar. Duas irmãs podem ser muito amigas, mas jamais serão amigas como duas amigas que não são irmãs. Assim como a amizade de gêneros iguais não é a mesma entre pessoas de gêneros diferentes.
As expectativas na relação de amizade devem ter suas ressalvas e podem ser compreendidas como parte integrante de um aprimoramento pessoal, variando em grau, intensidade e gênero.A relação de amizade entre gêneros opostos é uma relação diferenciada e aborda outros ângulos e portanto tem uma formatação diferente.
Acredito nas distinções de gênero, na pluralidade de amizades e penso que o encontro das oposições, das diferenças e das semelhanças são sempre bem-vindos, sem precisar uniformizá-los.
Marisa Micheloti
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