O mágico americano David
Copperfield foi forçado a revelar "o segredo" de um truque famoso após
um participante ter ido à Justiça alegando ter se ferido em uma
apresentação em Las Vegas.
O turista britânico Gavin Cox, de 58
anos, entrou com uma ação pedindo indenização por causa de uma queda
durante o truque conhecido como "Lucky # 13", em que 13 pessoas da
plateia são escolhidas aleatoriamente para desaparecer no palco.
Cox
teve um ombro deslocado e afirma que passou a sofrer de dores crônicas e
lesões no cérebro, também em decorrência da queda sofrida quando
participava do número.
Copperfield diz ter realizado o truque milhares de vezes sem incidentes.
A grande surpresa - alerta de spoiler - é que ele faz as pessoas escolhidas reaparecerem no fundo do auditório.
Os advogados de Copperfield, tido como o mágico mais bem pago do
mundo, argumentaram que revelar o truque o prejudicaria financeiramente,
mas um juiz do tribunal distrital de Las Vegas exigiu uma explicação.
Chris Kenner, produtor executivo de Copperfield, divulgou "o segredo" terça-feira na corte.
Ele
revelou que depois que as cortinas caem sobre os 13 participantes no
palco, eles são conduzidos rapidamente através de passagens no entorno
do resort Las Vegas MGM, onde o show é realizado. Ou seja, as pessoas
saem do prédio e reaparecem na parte de trás do teatro.
Cox, que é
morador de Kent, um condado no sudeste da Inglaterra, caiu enquanto
assistentes de palco o conduziam por essas passagens. Ele foi levado
para o hospital com um ombro deslocado.
Afirmou, entretanto, que os médicos também diagnosticaram, posteriormente, uma lesão cerebral.
Ação
Na
ação que move contra o mágico, o turista alega que desembolsou mais de
US$ 400 mil (o equivalente a R$ 1,3 milhão) em despesas médicas, segundo
a NBC News.
Seu advogado, Benedict Morelli, disse em suas
alegações iniciais que "os acusados tinham o dever de fornecer um
ambiente seguro para o público participante".
Quando Morelli
perguntou a Copperfield quem deveria seria culpado por ferimentos
ocorridos em participantes da plateia, o mágico respondeu: "Isso
dependeria do que aconteceu. Se eu tivesse feito algo errado, seria
minha culpa".
Cox alega que havia entulhos de construção e poeira
nas passagens que seu cliente usou, mas Copperfield refutou: disse que
andou pelo mesmo caminho mais cedo e que ele estava limpo.
O resort MGM de Las Vegas, que também é réu no processo, usou argumento semelhante.
Por meio do advogado Jerry Popovich, o estabelecimento afirmou que "Cox não escorregou; mas sim tropeçou".
O julgamento continua, com a expectativa de um novo depoimento de Copperfield na terça-feira.
BBC Brasil
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