Poucos paraibanos sabem, mas aquele rombo existente no alto do mapa da
Paraíba, foi causado pela ação nefasta de um só homem, que transferiu
para o Rio Grande do Norte, toda a área
da região do Seridó pertencente à Paraíba, através de um projeto de Lei
aprovado pelo Senado do Império e convertido em Lei que tomou o número
16, a 18 de março de 1835. O autor da façanha foi o padre Francisco de
Brito Guerra, senador do Império, representante o RN, sem qualquer
reação enérgica dos políticos paraibanos. Esta área compreende os
municípios de Jardim de Piranhas, Timbaúba dos Batistas, Serra Negra do
Norte, São João do Sabugi, São Fernando, Caicó, São José do Seridó, Ouro
Branco, Ipueira, Cruzeta, Jardim do Seridó, Acari, Carnaúba dos Dantas,
Parelhas, Santana do Seridó e Equador, além dos distritos Lagoinha,
Rodeador, Lajinha, Caboclo, Domingos, Saco Seco, Amparo, Poços, Vapor,
Bonsucesso, Cachos, Mangabeira, Solidão, Pedra do Sino, Gois, Juá,
Timbaúba, Retiro, Aroeira, Humaitá, Viração, Manhoso, Talhada,
Carnaubinha, Currais, Nova Sorte, Bola, Barra da Craibeira, Riachão,
Várzea, Palma, Quixabinha, Pau D’arco, Pitombeira e Jasmim, muitos deles
já transformados em municípios. Em 1988, quando eu ocupava o cargo de
Secretário Parlamentar da Câmara dos Deputados, em Brasília, durante a
Constituinte, sugeri ao então deputado João da Mata, a apresentação de
um projeto à Comissão de Sistematização, visando recuperar o território
perdido e propondo a volta aos limites anteriores, tendo como
justificativa uma cópia do meu livro “Uma História de Limites”, que
passei a denominá-lo de “As Bases da Reunificação”. O projeto foi
apresentado à Constituinte, mas não despertou - por incrível quer possa
parecer - a atenção dos políticos paraibanos integrantes da
Consittuinte. E ao final foi rejeitado. Mas a Paraíba não foi apenas
surrupiada pelo Rio Grande do Norte. Na parte de baixo há outro rombo
que representa o Vale do Pajeú, também roubado por políticos
pernambucanos, diante da inércia dos políticos paraibanos. As duas
reentrâncias formaram hoje uma cintura fina no meio do alongado
território, dando a forma de um violão ao território paraibano,
reduzindo a sua área de 74.000 k² (Atlas da Lithographia do Instituto
Philomatic do Rio de Janeiro) para 56.000 k², de hoje. Mas isto vai
contado em detalhes no meu livro “As Bases da Reunificação”, de 135
páginas, infelizmente ainda inédito, à disposição de qualquer editor ou
de algum mecenas, que queira publicá-lo.
Gilvan de Brito
(A legenda da foto é do meu
amigo jornalista Richardi Muniz)
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