domingo, 25 de fevereiro de 2018

Incapaz de dominar suas mais mesquinhas paixões,
 sem controle do próprio egoísmo, tolo, 
tonto, sofrido, inseguro e criminoso, 
o homem lança suas derradeiras ambições para a posteridade, 
quando será imantado numa glória a que não assistirá,
 mitificado naquilo que nunca foi. 
E sua ânsia de nobreza é colocada em ser esplêndido em cinzas,
 faustoso em túmulos, 
solenizando a morte com incrível esplendor,
 transformando em cerimônia e pompa toda a estupidez de sua natureza.
 
Millôr Fernandes 

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