“Thinning” (“definhamento”) é o termo usado pelo crítico
John Clute para exprimir o que ele considera um conceito essencial de grande
parte da literatura de Fantasia.
Para Clute (numa argumentação muito mais esmiuçada e cheia de fractais do que sou capaz de reproduzir aqui) a estrutura da história de fantasia básica é a existência de um estado inicial de equilíbrio, depois uma crise que pode ser de definhamento ou de outra vicissitude, e por fim uma arrancada final e uma redenção, mesmo que a um preço alto.
No caso do horror, é um definhamento sem ruptura, uma queda sem volta nas mãos de forças que podem tudo. O horror é uma fantasia sem luz no fim do túnel.
Para Clute (numa argumentação muito mais esmiuçada e cheia de fractais do que sou capaz de reproduzir aqui) a estrutura da história de fantasia básica é a existência de um estado inicial de equilíbrio, depois uma crise que pode ser de definhamento ou de outra vicissitude, e por fim uma arrancada final e uma redenção, mesmo que a um preço alto.
No caso do horror, é um definhamento sem ruptura, uma queda sem volta nas mãos de forças que podem tudo. O horror é uma fantasia sem luz no fim do túnel.
Na Encyclopedia of Fantasy, Clute diz que muitas fantasias
são “fábulas de recuperação”, ou de “restauração”. O definhamento surge naquelas histórias dos reinos onde não chove
mais, onde a rainha não pode ter filhos, onde o rei perdeu a força e a razão,
onde algo precioso foi tomado de forma brutal, onde uma maldição recente ou
milenar faz a terra regredir a diferentes tipos de entropia, etc.
A entropia aqui é por minha conta, porque nada impede que uma história de fantasia também ilustre um processo científicamente explicável; não deixa de ser fantasia por isto. Muitas histórias de fantasia mostram um reino enfraquecido à espera da chegada (ou do retorno) de um herói, ou de um visitante de fora que traga um sopro de energia a um povo que perdeu a vitalidade.
A entropia aqui é por minha conta, porque nada impede que uma história de fantasia também ilustre um processo científicamente explicável; não deixa de ser fantasia por isto. Muitas histórias de fantasia mostram um reino enfraquecido à espera da chegada (ou do retorno) de um herói, ou de um visitante de fora que traga um sopro de energia a um povo que perdeu a vitalidade.
O definhamento não pode ser devido apenas a derrotas
militares ou confrontos mal sucedidos com potestades cósmicas. Pode ser o envelhecimento natural de uma
terra, de um povo, que começa a se ver cada vez menos no mundo que criou. A
perda dos poderes mágicos de uma civilização pagã, que lentamente dá lugar a
uma visão-do-mundo dominante. Os gregos, os romanos, os árabes, a Europa
ocidental, todos tiveram seu momento.
Clute cita como exemplos de “thinning” a exaustão final dos poços de magia em The Farthest Shore de Ursula LeGuin (1972) e o retorno de Frodo a um Condado que não é mais o mesmo no final de O Senhor dos Anéis. (Aqui o verbete sobre “Thinning”: http://tinyurl.com/pq78ukq).
Clute cita como exemplos de “thinning” a exaustão final dos poços de magia em The Farthest Shore de Ursula LeGuin (1972) e o retorno de Frodo a um Condado que não é mais o mesmo no final de O Senhor dos Anéis. (Aqui o verbete sobre “Thinning”: http://tinyurl.com/pq78ukq).
Nem toda fantasia tem que apresentar alguma forma de
definhamento, imagino eu, é apenas algo muito típico, tal como a “jornada do
herói” tão citada pelos roteiristas. É
uma história possível e uma estrutura mítica profunda. Elementos dramatúrgicos
que correspondem a algum modo de sentir ou de devanear que não tem lugar nem
época. Podem não ser ingredientes “sine qua non”, mas aparecem com tal
frequência e peso que somos obrigados a levá-los em conta quando tentamos
entender o espírito do gênero.
Bráulio Tavares
Bráulio Tavares
Mundo Fantasmo
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