Havia algo sombrio nos céus. Prenúncio de que, naquela
tarde, as coisas não seriam fáceis. Urubus revoavam as nossas cores.
Nacional de Pombal e
Nacional de Patos empataram em 1 x 1 na tarde de ontem no Estádio Municipal “O
Pereirão”. Com ambas as equipes já classificadas para as quartas de finais do Certame
Paraibano da 2ª Divisão, o jogo parecia ter contorno de um amistoso, mas não
para o Nacional de Pombal ainda inconformado com a “lambança” patrocinada pela
arbitragem na jogo de ida na cidade de Patos, o Camaleão do Sertão adotou uma
postura de revanche aquele empate que lhe foi imposto injustamente nas
Espinharas com repercussão nacional na imprensa desportiva.
A equipe da terra de Maringá
entrou em campo numa formação indicando 4-3-3, com uma observação, havia um
falso homem fixo pelo meio (pajé) que se
deslocava pelos cantos, no entanto, sem muito êxito, porque a bola não lhe chegava.
O Camaleão repetiu nesta
partida o mesmo erro que vem incorrendo em todas as outras. A equipe carece de
um homem de criação no meio de campo que possa distribuir bem a bola. Nesse
jogo, com três homens mais a frente, isso ficou explicito demais. Haviam muitos
clientes e poucos garçons. Sem colocar a bola no chão, ficou difícil para a
turma lá da frente, sobretudo porque, quase sempre, a ligação da primeira com a
terceira linha, da defesa para o ataque era feita por intermédio do goleiro
Danilo. Um chutão que cruzava o meio para alimentar o ataque.
Neguinho Paraíba e até Pajé
vinham buscar a bola em seu próprio campo, atravancando as jogadas que deveriam
ser preparadas para eles. Mesmo assim, é preciso reconhecer os seus esforços em
que pese ainda a mania de prender demais a bola. Neguinho precisa jogar um
pouco mais coletivamente já que individualmente não há reparos a fazer nesta
partida. O esforço do Pajé foi algo inquestionável.
O Nacional de Patos, com uma
razoável atuação de Ruan, conseguiu impor o jogo, ganhou o meio de campo e o
Nacional de Pombal, no primeiro tempo, não chutou uma única vez ao gol. Eduardo
Rato, o homem gol do Canário do Sertão, pesado e fora de forma foi uma figura
apagada. O miolo de zaga do Nacional de Patos é frágil e não suportar o avanço
das jogadas de meio, caso elas tivessem ocorrido. O Canário das Espinharas, em
que pese não ter se apresentado com a sua força máxima, não mete medo em
ninguém.
A arbitragem da Paraíba é um
capítulo à parte. A atuação do árbitro foi pífia. O pênalti marcado com a bola
tocando o braço preso ao corpo do jogador do Nacional de Pombal foi algo, no
mínimo, forçoso. A condescendência do árbitro central com a “manha” e a
“esperteza” dos jogadores ganhando e amarrando o tempo de jogo evidenciou a sua
falta de, digamos, capacidade para apitar a partida a partida nos moldes do que
se exige. Entretanto, faltou também ao nosso time a figura de uma liderança em
campo, um capitão, um homem experiente para fazer frente as artimanhas levadas
a efeito pelo adversário e para conduzir o jogo.
No segundo tempo o Camaleão
esboçou uma reação, procurou tocar mais a bola, virar o jogo pelas laterais,
mais tudo ainda timidamente, somente com a expulsão do jogador de Patos é que a
equipe acertou a direção das traves do adversário e numa única bola de cabeça
empatou o jogo.
Volto a repetir, o meio
campo do Camaleão não trabalha, não distribui nem alimenta os homens de frente
com a bola trabalhada. Essa bola quando chegou foi rifada ou má condições de
continuação da jogada. Isso precisa ser corrigido urgentemente. No mata mata
não há espaços para erros.
Enfim, não foi desta vez. A
vitória não veio. Vamos às quartas de finais. O próximo jogo é contra a
Desportiva Guarabira. Uma equipe que, pelo que vi jogar contra o São Paulo
Cristal, tem um meio campo muito forte, com especial atenção para o meia
habilidoso Cleitinho, um jogador que se tiver liberdade desmancha o jogo.
Finalizo, parabenizando imensamente a nossa
torcida que, mais uma vez, compareceu a campo e empurrou a nossa equipe. É uma pena que ela
não possa fazer gols.
Teófilo
Júnior
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