Ah, higiênicos leitores, quando a vontade aperta igualamo-nos todos.
Dos nobres aos plebeus, dos ricos aos pobres, até dos políticos aos
ladrões(?). O problema aumenta quando estamos numa fila de banco, nas
caminhadas à beira mar e em outros lugares que deveriam obrigatoriamente
ofertar banheiros para o público.
Desde a Roma antiga sempre existiram banheiros para o povo. Eram as
latrinas, onde sentavam-se dezenas de “apertados”, lado a lado, sem
divisórias, compartilhando aquele odor e a mesma esponja do mar
(spongia) que servia de papel higiênico e só era lavada ao final do dia.
Por baixo daquela fila de “vasos” passava um córrego, criação do rei
Tarquinio quando implantou a primeira rede de esgotos do mundo (século
IV a.c.), que levava os dejetos até o rio Tibre. A brincadeira dos
moleques da época era jogar bolotas de lã em chamas nesses córregos, que
incendiavam e ocasionalmente produziam uma, digamos, depilação forçada
nos traseiros romanos dos que estivessem se aliviando, se é que vocês me
entendem. Os romanos chamavam sua rede de esgotos de cloaca máxima.
Mas voltemos ao nosso aperto. Não posso aceitar que um banco,
justamente quem mais ganha dinheiro às nossas custas e menos paga
impostos, não disponibilize banheiros para seus clientes.
Da mesma maneira acho um absurdo estarmos fazendo caminhadas ou
correndo à beira mar e não haver banheiros para o público, o que de vez
em quando nos faz ver idosos embaixo de coqueiros.... A solução é
simples; já que aqueles quiosques à beira mar são concessões públicas, o
poder público deveria obriga-los a manter permanentemente seus
banheiros abertos, limpos e franqueados ao público, nem que fosse em
sistema de rodizio.
Pronto, era o que eu tinha a dizer, mas não vou deixar o domingo de
vocês assim. Vamos rir com João Paulo, aquele meu amigo milionário de
Lisboa. Disse ele que um alentejano estava num trem e não aguentou
chegar ao banheiro, aliviando-se no corredor do vagão. Preocupado com o
que fizera foi avisar ao fiscal, que disse lamentar muito, mas teria que
dar parte ao supervisor da próxima estação onde passassem. O alentejano
retrucou: “- Ora pois, tem tanta ... que Vosmicê pode distribuir muitas
partes por todas as estações até o final da viagem”.
Deixo ao prudente arbítrio dos queridos leitores imaginar onde nascem os alentejanos daqui. Bom domingo!
Marcos Pires
Blog do Tião
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