sexta-feira, 7 de março de 2014

A dúvida

Eu não sei se devo agradecer ao mundo
Ou se o mundo deve agradecer a mim;
Se para onde eu vou, for de onde eu vim,
Eis-me num trajeto fútil e infecundo.

Será que é um ciclo, tão simples assim?
Ou será um túnel sem borda e sem fundo
Que, em cujo leito contínuo e profundo,
Rolam as águas de um “rio sem fim”.

Nesses pensamentos incognoscíveis,
Busco e não encontro becos acessíveis,
Nem de onde venho, nem para onde vou.

  imensa dúvida, do meu ego flui:
Eu não sei se sou o que antes fui,
Nem sei se serei o que hoje sou.

 
Deusdeth Bandeira

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