domingo, 4 de abril de 2010

Três palavras separaram as nossas vidas
Como alma se desgarra do além,
Entre apelos e brocados enternecidos
Recordo a imagem fria de ninguém.

A mocidade plangente e ensurdecida
Não mensura a despedida de alguém,
Mas se o orgulho já não cabe na medida
É sinal que o amor já não convém.

A ermo, sozinho, percorro o meu regaço
À sombra da mentira do que fomos
Ao lado do nada do que fui, sem levar nada do que faço.

E, se depois de tudo, restar-me a solidão como estrada,
A lua e os poemas que despi.
Tomo o meu açoite como toada
E faço um credo das três palavras que perdi.


Teófilo Júnior

Um comentário:

Unknown disse...

Essa vida passa tão depressa que, quando morrermos, depois de algum tempo, é como se não tivéssemos sequer existido.