Tradução livre (*) a partir de uma postagem em russo
da psicóloga e escritora Nuné Barseghyan.
da psicóloga e escritora Nuné Barseghyan.
Quinhentos anos da Reforma. Obrigado, Lutero, pelo dia de folga.
Todos sabem que Lutero contribuiu para a
saída de um grande número de freiras dos conventos, mas não com a
finalidade de que estas caíssem numa vida dissoluta, e sim para que
tivessem uma vida honesta, centrada na Religião e dentro do permitido
pelas Escrituras. A intenção era a de que elas seguissem se
desenvolvendo espiritualmente.
Mas o mundo, há quinhentos anos atrás,
era um lugar muito pior, mesmo que seja difícil acreditar. Na época,
ninguém era punido por abuso sexual, pois o fato era considerado
corriqueiro, normal. E uma mulher que vivia sozinha, convidava e
apontava o caminho para o abuso.
E as pobres freiras tinham que casar. Caso contrário, não poderiam sobreviver honestamente.
Martinho e Catarina
Uma freira chamada Catarina, que foi
provavelmente colocada na Roda dos Expostos, entregue a um convento a
fim de que a família se livrasse de uma boca supérflua, não queria se
casar de jeito nenhum. Na opinião de alguém que era freira por
convicção, o casamento era um terrível erro. Como se não bastasse,
ninguém queria se casar com ela por ela ter um rosto feio.
Ela ficou ainda muito tempo sozinha,
então Lutero pediu-a em casamento. Ele era um celibatário convicto, mas
decidiu salvar a mulher. O casamento foi muito feliz, como sabemos.
Mas nem todo mundo sabe que Lutero,
nesta sociedade machista, estava um dia sentado entre homens em uma mesa
discutindo todo o tipo de questões prementes relativas à Reforma
Religiosa, quando, repentinamente, num ato desafiador e após ouvir todos
os colegas homens, voltou-se para a esposa, que servia à mesa, e
perguntou: “O que você pensa sobre isso, Frau Luther?”
Frau Luther deu sua opinião
detalhadamente, tendo deixado o grupo estupefato. Todos ficaram em
transe, impossível imaginar um choque maior. Como assim? Desde quando se
ouve uma mulher?
Mas então o Lutero deu o tiro de misericórdia: “Sente-se conosco à mesa para o almoço, querida!”
Se não fosse o próprio Lutero, talvez os
homens o agredissem, tamanho o absurdo da atitude. Era um tremendo
acinte, uma enorme provocação aos outros comensais.
Eu hoje estou pessoalmente muito
agradecida a ele. Posso viver sozinha, sem precisar de autorização.
Ninguém acha isso inadequado ou incomum.
Danke, Martin Luther!
(*) Por Elena Romanov e Milton Ribeiro
Fonte: aqui
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