sábado, 3 de janeiro de 2015

Toda vez que escuto a sua voz ouço o som da chuva na biqueira

Recebi ontem em minha casa o primo e poeta Jairo Araújo Alves e no curso do nosso papo sobre literatura e poesia dei-lhe um mote (Toda vez que escuto a sua voz ouço o som da chuva na biqueira) que ele devolveu-me prontamente na poesia. Disse o poeta:

Se for preciso ter de decifrar
quanto sente o peito dormente
teu nome não tinha na mente
nem minhalma sabia te amar
que mulher assim pra encontrar
só nas telas de novela brasileira
quando me acolhe dessa maneira
vou logo caçando lençol pra nós
toda vez que escuto a sua voz
ouço o som da água na biqueira

Se eu passar três dias sem te ver
perco o sono me falta apetite
penso que estou com labirintite
doi a cabeça, o corpo a padecer
sofro tanto procurarndo por você
que desenho seu riso na janela
linda flor que a matina anela
quando o orvalho espera por vós
toda vez que escuto a sua voz
ouço o som da água na biqueira

Quando a nuvem faz escurecer
serra, mata, e terra emudesse
a ventania em rodas aparece
o relâmpago abre a escrever
o céu Norte a Sul pode se ver
corro pro do pé de catingueira
meu bem me espera tão faceira
que o trovão nunca atrapalhou nós
toda vez que escuto a sua voz
ouço o som da água na biqueira

Estando faminto lembro dela
Da tua louca saudade me farto
basta te olhar do meu quarto
a moldura que tem a face bela
teu amor é quente mas me gela
desde que a vi a vez primeira
pele macia feito bananeira
parecendo a índia da tribo Icós
Toda vez que escuto a sua voz
ouço o som da água na biqueira

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