quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Black Power

Enfim, um podador de árvores! Depois de 4 anos de espera ele estava ali há 100m dos meus dois pés de figo que sombreiam as tardes quentes da Rua Odilon Lopes. Durante todo esse tempo de espera, os seus galhos tornaram-se rebeldes, imprecisos, sem direção. E as suas copas cresceram de forma irregular formando uma cabeleira de causar-me inveja.

Mas, finalmente as tesouras do serviço público municipal de podação de árvores haveriam de dar-lhes um corte preciso, arrumando-lhes a folhagem. 

A expectativa, porém, durou pouco. “– Tem que ir pedir na Prefeitura!”, sentenciou aquele barbeiro de plantas a minha vã tentativa de receber a prestação daquele serviço público municipal, enquanto aparava as plantas do meu vizinho.

Claro que aquele mero Barnabé desconhece os princípios que regem a administração pública e a contraprestação municipal aos impostos de seus munícipes. Enquanto isso não acontece, vou alimentando o sonho de mudar o mundo, admirando todas os dias o sopro do vento nos cabelos black power dos dois pés de figo postos em minha calçada


Teófilo Júnior

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