Não sou exatamente um especialista em matéria de educação,
mas como pai de dois filhos em idade escolar procuro acompanhá-los e,
obviamente, preciso ficar antenado com o mundo educacional.
Hoje, ao ler as manchetes dos jornais sobre os últimos resultados
no ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio) fiquei preocupado, todavia, nem um pouco surpreso.
Não quero entrar no mérito, mas me sinto obrigado, da
qualidade do ensino brasileiro. Não me seguro, preciso comentar: A mediocridade
achou sua morada. Sob o manto da socialização e universalização do ensino,
permitindo maior acesso àquela faixa social até então afastada da sala de aula,
chegamos onde chegamos.
Milhares de brasileiros que passaram pelas carteiras
escolares com a mesma pressa dos que sentam na cadeira do dentista, conseguiram
seu tão sonhado canudo. O resultado não poderia ser diferente: hordas de
profissionais graduados que não sabem escrever ou desenvolver uma simples
operação matemática. E o pior: as instituições que os formaram possuem o nobre e
oficial selo do Ministério da Educação.
Pois bem, voltando ao ENEM
vemos que os números são preocupantes. O que nos foi revelado pelos dados do ENEM é exatamente a fratura exposta do
nosso ensino, que assim como outras áreas cuidadas pelo Estado, está abandonado
e ao sabor das conveniências do governante de plantão.
Se olharmos para trás um pouquinho poderemos enxergar as
“mentes brilhantes” que ocuparam o principal posto da educação no Brasil na
última década. Viram? nada é tão ruim que não possa piorar.
O degrau quebrado começa lá na educação infantil até chegar
ao ensino superior. E para piorar, estamos vivendo tempos modernos. Nossos
filhos experimentam, com fome canina, uma grande sopa virtual recheada com whatsapp’s,
Instagran’s, Facebook’s, etc., que ao meu ver, está contribuindo negativamente
para suas formações, afastando-os cada vez mais, dos livros, dos jornais, das revistas,
das pesquisas, do bom papo e da troca de experiências com os mais velhos.
Em troca, recebem alta carga de informações fúteis e
superficiais e se especializam na arte da “visualização ultradinâmica”, ou
seja, possuem extrema habilidade para ver fotos e ler títulos, nada mais.
Por mais surreal que seja, obrigo-me dizer: que saudade da
reluzente e temida palmatória da minha professora primária!
Brasília, 14.01.2015.
Tarciso Melo, Advogado, 43 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário