sábado, 14 de junho de 2014

Anjo café

La Jeune Tarentine por Alexandre Schoenewerk, 1871 : Musée d'Orsay
 
Deito, as asas descanso,
É manso o deitar
Com o anjo negro café.
Ele não tem olhos, alívio!
Um homem sem olhos,
Sem sexo,
Sem nexo,
Sem o fastio do convívio,
Só um cheiro marrom
Por cima da auréola
Do seio, um sai
E entra no tom
Sem o mínimo esforço
Vira-me anjo, de dorso,
Ou para o lado que der
Espreguiço... espreguiço...
Ai ! Que enguiço
Ser assim só mulher.


Cecília Veby

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