Assim como se acredita, erradamente, que a sensação dolorosa causada por um ferimento no braço se localiza no braço, também se acredita, erroneamente, que a dor psíquica se deva à perda da pessoa do ser amado. Como se fosse a sua ausência que doesse.
Ora, não é a ausência do outro que dói, são os efeitos em mim dessa ausência. Não sofro com o desaparecimento do outro. Sofro porque a força do meu desejo fica privada de uma de suas fontes, que era o corpo do amado; porque o ritmo simbólico dessa força fica quebrado com o desaparecimento do compasso que os estímulos provenientes daquele corpo escandiam; e depois porque o espelho psíquico que refletia as minhas imagens desmoronou, por falta do apoio vivo em que sua presença se transformara.
A lesão que provoca a dor psíquica não é pois o desaparecimento físico do ser amado, mas o transtorno interno gerado pela desarticulação da fantasia do ser amado.
Ora, não é a ausência do outro que dói, são os efeitos em mim dessa ausência. Não sofro com o desaparecimento do outro. Sofro porque a força do meu desejo fica privada de uma de suas fontes, que era o corpo do amado; porque o ritmo simbólico dessa força fica quebrado com o desaparecimento do compasso que os estímulos provenientes daquele corpo escandiam; e depois porque o espelho psíquico que refletia as minhas imagens desmoronou, por falta do apoio vivo em que sua presença se transformara.
A lesão que provoca a dor psíquica não é pois o desaparecimento físico do ser amado, mas o transtorno interno gerado pela desarticulação da fantasia do ser amado.
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