Nélson Rodrigues dizia que o século XX, entre outras façanhas, introduziu o
idiota na vida pública. Pessoas sem qualquer conhecimento de causa passavam a
influir e decidir em questões as mais complexas, a partir de slogans e palavras
de ordem.
Numa de suas crônicas de “O Óbvio Ululante” (1968), dizia que “os idiotas
estão por toda a parte – na política como nas letras, nas finanças como no
cinema, no teatro como na pintura (...), liderando povos, fazendo História e
fazendo Lendas”.
Sob esse prisma, esboçou um rico e caricatural painel da vida pública
brasileira na segunda metade do século passado, atribuindo tal decadência à
hegemonia cultural da esquerda, já então em curso, não obstante ainda não no
poder.
Ortega y Gasset anteviu o mesmo fenômeno bem antes, no interregno entre as
duas guerras mundiais.
No clássico “A Rebelião das Massas”, que começou a ser escrito ainda nos anos
20, deu consistência sociológica e abrangência universal ao fenômeno, ao
examinar a ascensão das ideologias coletivistas - fascismo, socialismo e
comunismo.
O que nenhum dos dois previu foi que, naquela sequência, outro personagem
entraria em cena: o psicopata.
Segundo os doutores norte-americanos Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz,
poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática.
Pensa-se, em regra, que são violentos, mas, segundo eles, não são – muito pelo
contrário.
Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M.
Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de
comportamentos e traços de personalidade específicos.
São pessoas muito inteligentes, encantadoras à primeira vista, causam boa
impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.
Por Ruy Fabiano
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Fonte O Globo
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