sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O homem casado, a amante e os feriadões

Sempre um drama: vem mais um feriadão e o amante fixo –na prática um namorado!-continua casado.
 
Ele segue apenas na promessa. Vem sempre com aquele papo que a vida no lar doce lar está um inferno, que não aguenta mais, que é só questão de tempo, que é por causa do filhote, que dorme em quartos separados e outros tantos blablablás.
 
Pode ser até um pouco verdade. Não se duvida de um todo. A questão não é essa. A merda é que chegou mais um feriadão e o cara –esse cara não sou eu nem o amigo Roberto- vai à praia ou ao interior com a família.
 
O jeito é você torcer para chegar logo o próximo dia útil e reencontrá-lo na repartição ou na firma.Tem mulher que não suporta muito tempo essa história –no máximo uns três feriadões e olhe lá- e pula fora, sarta de banda.
 
Diante do grito de alerta da moça, que não é nada besta, se o homem casado tiver gamado mesmo, gamadíssimo, ele até dá um truque, um jeito, inventa a maior mentira desde o nascimento de Pinóquio, e escapole da legítima esposa.
 
É raro, mas acontece. Normalmente o animal acasalado gasta as mentiras no varejo da rotina. Inclusive para garantir as escapadas com a amante. Chega no feriadão e o cara já está comprometido com a família, cachorro e papagaio, não tem saída.
 
Você sabe como homem demora a resolver essas paradas. Se ninguém dá o grito de alerta, segue a vida, porta sempre entreaberta, como na música do Gonzaguinha. Ele segue a vida como dantes, com aquela cara de agoniado e coitadinho, mas sem mexer uma palha na história.
 
Nas festas de final de ano, então, esquece. No máximo um telefonema da praia, escondido no banheiro. No máximo. O comum é que não havia sinal onde ele estava.
Tudo bem que as companhias telefônicas são umas pragas, mas a tomar pelos homens casados que têm amantes o celular nem foi inventado ainda.
 
E assim caminha a humanidade até o próximo feriadão de novo.
 
 
Xico Sá

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