Sempre um drama: vem mais um feriadão e o amante fixo –na prática um
namorado!-continua casado.
Ele segue apenas na promessa. Vem sempre com aquele papo que a vida no lar
doce lar está um inferno, que não aguenta mais, que é só questão de tempo, que é
por causa do filhote, que dorme em quartos separados e outros tantos
blablablás.
Pode ser até um pouco verdade. Não se duvida de um todo. A questão não é
essa. A merda é que chegou mais um feriadão e o cara –esse cara não sou eu nem o
amigo Roberto- vai à praia ou ao interior com a família.
O jeito é você torcer para chegar logo o próximo dia útil e reencontrá-lo na
repartição ou na firma.Tem mulher que não suporta muito tempo essa história –no
máximo uns três feriadões e olhe lá- e pula fora, sarta de banda.
Diante do grito de alerta da moça, que não é nada besta, se o homem casado
tiver gamado mesmo, gamadíssimo, ele até dá um truque, um jeito, inventa a maior
mentira desde o nascimento de Pinóquio, e escapole da legítima esposa.
É raro, mas acontece. Normalmente o animal acasalado gasta as mentiras no
varejo da rotina. Inclusive para garantir as escapadas com a amante. Chega no
feriadão e o cara já está comprometido com a família, cachorro e papagaio, não
tem saída.
Você sabe como homem demora a resolver essas paradas. Se ninguém dá o grito
de alerta, segue a vida, porta sempre entreaberta, como na música do
Gonzaguinha. Ele segue a vida como dantes, com aquela cara de agoniado e
coitadinho, mas sem mexer uma palha na história.
Nas festas de final de ano, então, esquece. No máximo um telefonema da praia,
escondido no banheiro. No máximo. O comum é que não havia sinal onde ele estava.
Tudo bem que as companhias telefônicas são umas pragas, mas a tomar pelos
homens casados que têm amantes o celular nem foi inventado ainda.
E assim caminha a humanidade até o próximo feriadão de novo.
Xico Sá
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