domingo, 12 de agosto de 2012

Sobre Drummond

Poema-orelha
   “Este poema foi publicado na orelha do livro A vida passada a limpo, 1959, e nele o poeta explicita procedimentos da sua poética:
   — define sua poesia, expressando o que ela não é: ‘flamante novidade’ ou ‘sopro de Camões’;
   — afirma do que é feita sua poesia: ‘notícias humanas’ e ‘brincos de palavra’, que poderíamos compreender como o universo temático e o trabalho artesanal com as palavras;
   — assume o hermetismo (‘Aquilo que revelo/e o mais que segue oculto’), para em seguida desconstruir a impressão de poesia fechada, hermética, difícil, com a imagem ‘vítreos alçapões’. Esta é uma imagem paradoxal: são ‘alçapões’, então prendem, agarram, fecham, mas são vítreos, isto é, são transparentes, pode-se ver através;
   — assume o aspecto lúdico da poesia (da arte em geral), o jogo entre o que é ‘vivido’ e o que é ‘inventado’.”

(MARIA, Luzia. Nas dobras das palavras: notas e comentários. In: ANDRADE, Carlos Drummond. A palavra mágica; seleção Luzia Maria. Rio de Janeiro: Record, 9. ed., 2002, p. 135-6, “Coleção Mineiramente Drummond”.)

Enviado gentilmente pelo amigo e colaborador Adauto Neto

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