Antônio Letreiro
Promotor investigou e garante: pistoleiro foi executado como “queima de arquivo.
O promotor de Justiça e professor universitário José Farias de Souza
Filho teve o seu pai assassinado em 1966 no interior da Bahia por
Antônio Letreiro e três comparsas. A partir de então, passou a
acompanhar a história do pistoleiro, cuja morte investigou por quatro
anos.
“Para ter a certeza de sua morte”, explica Farias em
comentário (reproduzido adiante) sobre ‘Letreiro’, artigo aqui publicado
no último domingo (26) que motivou dezenas de outros escritos em redes
sociais e na própria seção do blog reservada à opinião e à interação com
leitores.
José Farias de Souza Filho é Doutor em Psicologia
Social pela Universidade Federal da Paraíba (2014), instituição na qual
também concluiu Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente em 2010, fez
Especialização em Direito em 1983 e graduou-se em 1982.
Membro
do Ministério Público do Estado da Paraíba, Farias é titular da 1ª
Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Social
na Comarca de João Pessoa desde março de 1999. É ainda professor do
Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).
O que escreveu Farias sobre Letreiro
Conheço e acompanho a história de Edmar Nunes Leitão – o Antonio
Letreiro – desde fevereiro de 1966, quando ele, um irmão e dois primos,
todos pistoleiros, assassinaram meu pai no lugar chamado Ferradura,
município de Tucano, Bahia.
Antonio Letreiro foi o último dos
quatro pistoleiros a morrer, assassinado por um Sargento e um Soldado da
PM (já falecidos) no município de Icó (CE), em dezembro de 1976, por
encomenda de Coiteiro (político e militar reformado), como queima de
arquivo.
Os dois militares foram apresentados ao pistoleiro como
“pistoleiros homiziados” na Fazenda. Antonio Letreiro, que tinha
contratado e executado mais um assassinato, pelo qual recebeu uma
caminhoneta como parte do pagamento, pediu ao coiteiro para mandar os
“dois pistoleiros homiziados” com ele no recebimento do restante do
pagamento.
Após o recebimento, dentro da cabine da caminhoneta,
um dos PMs atirou na nuca de Antonio Letreiro e, junto com o outro
militar, o deixaram na BR, após passar o veículo por cima do morto e
colocarem uma “placa” de papel no peito do pistoleiro com os dizeres:
“Eu era Antônio Letreiro”.
Antonio Letreiro havia sido preso em
1974 e respondia a vários processos na PB, em PE, no CE e no RN, onde já
havia condenação. Recolhido à Penitenciária de Natal, fugiu em dezembro
de 1975, indo se esconder na Fazenda do Coiteiro em Teixeira.
Passei quatro anos investigando a morte de Antonio Letreiro, para ter
certeza de sua morte. Com a ajuda de Coronéis reformados, cheguei aos
dois militares que o mataram e ao mandante e todos eles confirmaram a
“queima de arquivo”.
Um dos processos de Antonio Letreiro era a
tentativa de homicídio sofrida pelo Coronel Reformado Luiz de Barros,
que acusava seu adversário político de mandante.
O pistoleiro
ganhou o apelido ainda adolescente, em razão de “desenhar” as iniciais
de seu nome “E.N.L.” à bala, disparando com as duas mãos. Uma das
primeiras mortes por encomenda foi em Pombal, no início da década de
1970, tendo um médico como vítima.
São fatos.
Do Blog de Rubens Nóbrega
4 comentários:
Ele também matou o meu pai e o seu companheiro, motorista de ônibus, entre Aracy e tucano na bainha,o meu pai si chamava Antônio Leopoldo costa e seu companheiro zuzu,o meu pai deixou 6 filhos, ele morava em campina grande PB,na rua Vigário Calixto 230, católica minhas saudações a sr.jose Farias de Sousa, grato..
A história que conheço é que ele foi morto na praça Portugal e foi ser desovado no Icó.
Viveu muito para quem praticou tanta covardia, fosse na época de hoje ñ tinha vivido tanto..
Foi tarde
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