Metade da geração Y prefere o socialismo; falta conhecimento de história.
A maioria das pessoas da geração do milênio tem uma visão positiva do socialismo e comunismo, mas não conhece todos os fatos.
Uma pesquisa recente conduzida com
membros da geração do milênio (geração Y) constatou que 51% deles
identificaram o socialismo como o sistema socioeconômico de sua
preferência, enquanto outros 7% apontaram para o comunismo. Apenas 42%
se disseram a favor do capitalismo
O centésimo aniversário da Revolução Russa, no mês passado, foi um
momento apropriado para nos recordar as atrocidades humanas cometidas
pelos regimes comunistas. Mas também devemos tirar tempo para
refletir sobre o progresso ocorrido desde a queda da União Soviética e
seu sistema econômico socialista, em 1991.
Uma pesquisa recente
conduzida com membros da geração do milênio (geração Y) constatou que
51% deles identificaram o socialismo como o sistema socioeconômico de
sua preferência, enquanto outros 7% apontaram para o comunismo. Apenas
42% se disseram a favor do capitalismo.
O socialismo mata, sempre
As pessoas da geração Y que conheço – e, sendo eu professor universitário, conheço muitas – geralmente são “do bem”. A
maioria não tem desejo algum de ver outros seres humanos sofrer. Assim,
só me resta concluir que elas não têm conhecimento de como funciona o
socialismo de fato no mundo.
Por meio de execuções, desnutrição intencional e campos brutais de
encarceramento com trabalhos forçados, os regimes socialistas mataram
mais de 100 milhões de seus próprios cidadãos no século 20. As atrocidades continuam a acontecer em países como Cuba, Coreia do Norte e Venezuela.
Essas atrocidades não são acidentais. Por sua própria
natureza, uma economia centralmente planejada reduz os humanos a insumos
trabalhistas que precisam ser coagidos para desempenharem um papel no
plano econômico traçado por outros. Quando se permite que as pessoas façam suas próprias escolhas, não há plano econômico possível. O sistema socialista naturalmente seleciona líderes que estejam dispostos a exercer coação para garantir a execução dos planos.
O histórico do socialismo no campo econômico é tão desanimador quanto seu histórico em matéria de direitos humanos. Mas
não precisamos recomendar que a geração do milênio leia livros de
história para se dar conta disso. Basta que ela olhe para o que
aconteceu com países ex-socialistas durante sua própria vida, quando
esses países abandonaram o socialismo e aderiram ao capitalismo.
A liberdade econômica gera resultados melhores
O Relatório Anual de Liberdade Econômica Mundial
traz a medida mais exata do grau em que um país é relativamente
capitalista ou socialista. É claro que o índice depende da
disponibilidade de dados confiáveis. Assim, regimes socialistas, como
Cuba e Coreia do Norte, não constam do índice, pelo fato de não
fornecerem esses dados. Mas o índice nos permite avaliar as mudanças
ocorridas em países antes socialistas desde que eles abandonaram o
socialismo.
A Rússia, por exemplo, teve pontuação de apenas 4,3 (numa escala de
dez pontos) no índice em 1995, quando foi incluída no ranking pela
primeira vez. Desde então seu escore melhorou 52%, e hoje o país está entre os 50 primeiros colocados.
Outros países que no passado fizeram parte do bloco soviético avançaram mais rapidamente em direção ao capitalismo. Em
1995 a Estônia recebeu escore de 6,2 pontos e a Letônia, de 5,7 pontos,
figurando respectivamente nos 57º e 75º lugares. Desde então a Estônia
subiu para a 17ª posição no ranking e a Letônia saltou de 75ª economia
mais livre do mundo para a 26ª.
Fora do antigo bloco soviético, a China começou a se afastar do
socialismo em 1978, pouco antes do nascimento da geração do milênio.
Ela foi incluída no ranking pela primeira vez em 1980, com escore de
3,6. Desde então, sua posição subiu 76%, e mesmo essa melhora não
reflete adequadamente toda a abrangência das reformas chinesas, já que
muitas zonas econômicas especiais chinesas têm liberdade muito maior que
o país como um todo.
Mas os rankings não refletem a história inteira. O resultado
do avanço em direção ao capitalismo vem sendo um aumento da
prosperidade: as pessoas vivem melhor. A renda média das pessoas subiu
250% na Rússia desde 1995. Na Letônia e Estônia, onde a liberdade
econômica é maior, a renda dos habitantes subiu respectivamente 487% e
461%. E não são apenas os ricos que vêm enriquecendo. A porcentagem
da população que vive com menos de US$ 5,50 por dia caiu 23% na Rússia,
19% na Letônia e 22% na Estônia.
As transformações ocorridas na China são ainda mais surpreendentes. A
renda média dos chineses é hoje 12 vezes maior do que em 1995. Mais de
90% da população vivia com menos de US$5,50 por dia naquela época; hoje
esse é o caso de apenas um terço da população.
A geração do milênio poderia ir aos livros de história para aprender sobre as atrocidades socialistas. Mas
ela pode igualmente simplesmente olhar para o mundo e constatar como a
prosperidade aumentou na medida em que os antigos países socialistas
foram aderindo ao capitalismo. Se ela fizer uma coisa ou a outra, duvido que ainda encontremos muitos socialistas nessa geração.
Benjamin
Powell é diretor do Instituto do Livre Mercado da Texas Tech University
e membro sênior do Independent Institute, além de integrar a rede
docente da FEE.
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