quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Versículos do dia
E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Isaías 65:19
E,
se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e
co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que
também com ele sejamos glorificados. Romanos 8:17
Frase
O peixe apodrece pela cabeça. Níveis altos de corrupção são definidos no topo.
Graham Brooks, professor de Anticorrupção e Criminologia da University of West London
Sobre livros não lidos e como falar sobre eles, por Umberto Eco
Lembro-me vagamente de um magnífico artigo de Giorgio Manganelli,
explicando como um leitor sofisticado pode saber se um livro vale a pena
ser lido, mesmo antes de abri-lo. Ele não estava se referindo à
capacidade muitas vezes requerida a um leitor profissional, ou a um
leitor afiado e criterioso. Não estava se referindo àqueles que podem
julgar um livro a partir de uma linha de abertura, de duas páginas, de
uma olhada aleatória do índice ou muitas vezes da bibliografia. Isso é
simplesmente experiência. Não, Manganelli estava falando sobre uma
espécie de iluminação, de um dom que evidentemente alegava ter.
Em How to Talk About Books You Haven’t Read (de
Pierre Bayard, psicanalista e professor de literatura) é explicado como
você pode falar sobre um livro que você não leu, até mesmo para seus
alunos, inclusive quando se trata de um livro de extraordinária
importância. Seu cálculo é científico. As boas bibliotecas contêm vários
milhões de livros: mesmo que se leia um por dia, leríamos apenas 365
livros por ano, cerca de 3.600 em dez anos, e entre as idades de dez e
oitenta anos nós teremos lido apenas 25.550. É pouco. Por outro lado,
qualquer italiano que tenha tido uma boa educação secundária sabe
perfeitamente que pode participar de uma discussão, digamos, sobre
Matteo Bandello, Francesco Guicciardini, Matteo Boiardo, sobre as
tragédias de Vittorio Alfieri ou sobre as Confissões de um Italiano, de Ippolito Nievo, conhecendo apenas o nome e algo sobre o contexto crítico, sem ter lido uma palavra deles.
E o contexto crítico é o ponto crucial de Bayard. Ele declara desavergonhadamente que ele nunca leu Ulysses de James Joyce, mas que pode falar sobre isso aludindo ao fato de que é baseado na Odisseia, que ele também admite nunca ter lido na íntegra. Ulysses
também é baseado em um monólogo interno, com a ação se desenrolando em
Dublin durante um único dia, etc. “Como resultado”, ele escreve, “muitas
vezes me encontro falando sobre Joyce sem a menor ansiedade”. Conhecer o
relacionamento de um livro com outros livros geralmente significa que
você sabe mais sobre o livro do que se tivesse lido a obra.
Bayard mostra como nós, quando lemos
certos livros percebemos que estamos familiarizados com seus conteúdos
porque eles foram lidos por outros que falaram sobre eles. Ele faz
algumas observações extremamente divertidas sobre uma série de textos
literários que se referem a livros nunca lidos, incluindo Robert Musil,
Graham Greene, Paul Valéry, Anatole France e David Lodge. E ele me faz a
honra de dedicar um capítulo inteiro ao meu O Nome da Rosa,
onde William de Baskerville demonstra familiaridade com o segundo livro
da Poética de Aristóteles no momento em que o segura nas mãos pela
primeira vez. Ele faz isso pela simples razão de que ele infere o que
diz a partir de algumas outras páginas de Aristóteles.
Um aspecto intrigante do livro de
Bayard, que é menos paradoxal do que parece, é que também esquecemos uma
porcentagem muito grande dos livros que realmente lemos e, de fato, nós
construímos uma espécie de imagem virtual deles que não consiste tanto
no que dizem, mas no que eles evocaram em nossa mente. Então, se alguém
que não tenha lido um livro cita passagens ou situações inexistentes,
estamos prontos a acreditar que estão no livro.
Bayard se interessa pela ideia — e aqui é
a voz do psicanalista em vez do professor de literatura — de que toda
leitura ou não-leitura ou leitura imperfeita têm aspectos criativos e
que, enfim, os leitores fazem sua parte. E ele prevê a criação de uma
escola onde os estudantes “inventam” livros que não precisam ler, já que
falar de livros não lidos é um meio de autoconsciência.
Bayard demonstra como, quando alguém
fala sobre um livro não lido, mesmo aqueles que leram o livro não
percebem os erros. No final de sua obra, ele admite ter apresentado três
falsas informações em seus resumos de O Nome da Rosa, O Terceiro Homem, de Graham Greene e Changing Places
de David Lodge. O divertido é que, quando li os resumos, notei
imediatamente o erro em relação a Graham Greene, fiquei em dúvida sobre
Lodge, mas não percebi o erro em meu próprio livro. Isso provavelmente
significa que eu não li atentamente o que Bayard escreveu, que eu
simplesmente espreitei o texto. Mas o mais interessante é que Bayard não
percebeu que, ao admitir seus três erros intencionais, assumiu
implicitamente que uma maneira de ler é mais correta do que outras,
tanto que ele foi obrigado a fazer um estudo meticuloso dos livros que
cita para poder sustentar sua teoria sobre não lê-los. A contradição é
tão evidente que faz pensar se Bayard realmente leu o livro que
escreveu.
Extraído de Crônicas de uma Sociedade Líquida por Umberto Eco, traduzido do italiano para o inglês por Richard Dixon.
Umberto Eco era um romancista italiano, crítico literário, filósofo, semiótico e professor universitário.
Do Blog do Milton Ribeiro
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Neste momento, penso em você e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse, chegaria agora como brisa fresca e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e me permite entrar, em você vou me enroscar quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos, soprar mansinho no ouvido, beijar sua boca macia, o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento... Agora sou só pensamento e estou pensando em você.
E se abrir sua janela, eu estou chegando aí, agora...
neste momento, em pensamento... no vento.
E se assim fosse, chegaria agora como brisa fresca e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e me permite entrar, em você vou me enroscar quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos, soprar mansinho no ouvido, beijar sua boca macia, o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento... Agora sou só pensamento e estou pensando em você.
E se abrir sua janela, eu estou chegando aí, agora...
neste momento, em pensamento... no vento.
Roberto Shinyashiki
Na infinita privacidade de um táxi em movimento, meu passageiro
confessou-se preocupado. Prestes a levar sua nova namorada pra cama, na
hora dos finalmentes, não sabe qual será a reação da moça ao notar o
"problema" na sua perna - levantando a bainha da calça, revelou a
tornozeleira eletrônica, nada discreta, nada sensual.
O amor e seus desafios.
Mauro Castro
O que não fazer num livro para jovens
Assim como tem gente que muda o tom de voz quando vai
falar com alguém mais novo (coisa que os “alguéns mais novos” em geral
detestam, porque veem como sinal de falsidade), muitos escritores mudam o tom
da escrita quando trabalham num livro dirigido a crianças, ou a esse leitor que
modernamente vem sendo classificado como “jovem adulto” (“young adult”, na
língua da matriz).
Esse tom paternalista na escrita pode se manifestar de
várias maneiras, em duas direções básicas.
Na primeira, o autor sobe num pedestal e fala de cima
para baixo com o leitor, como se quisesse reafirmar sua autoridade e sua
hierarquia de mais velho: “Olha aqui, presta atenção, vou te explicar tudo...”
Na segunda, o autor resolve falar de igual para igual com
o hipotético leitor-jovem, imitando o que ele considera serem os trejeitos
verbais e mentais do seu público – mas o máximo que consegue é parecer um
sujeito de 50 anos trajando bermudão e boné virado pra trás.
Vai daí, resolvi enumerar alguns exemplos.
O PATERNALISMO CONSTRANGEDOR
Se o seu leitor é jovem, não importa de que idade (suponho
sempre um leitor já capaz de sentar sozinho com um texto e decifrá-lo em
silêncio, sem ajuda) evite tratá-lo como se ele fosse meio burrinho. Não
escreva algo como: “Naquela noite, os
nossos heróis tiveram que dormir ao ar livre, embaixo da intempérie. Palavrinha
difícil essa, não? Intempérie quer dizer tempo ruim, chuvoso.”
Esses comentários didáticos, piscando o olho para o público,
têm a intenção de aumentar a cumplicidade e a proximidade entre o Autor e o
Leitor, mas pra mim têm o efeito contrário. Acabam fazendo o Leitor achar que está
sendo considerado burrinho, que não sabe o significado de uma palavra, e que o
Autor é forçado a interromper a narrativa para passar a mão na cabecinha dele
diante de toda a turma, como fazem alguns professores, e dizer: “Ora, ora, garotos, não riam do Fulaninho.
Ele não sabia a palavra, mas agora entendeu, e não vai mais esquecer, não é,
Fulaninho?”
Agora me diga qual é o leitor que gosta disso.
DESCRIÇÃO DE EMOÇÕES
Como o Autor adulto imagina que os jovens não percebem
sutilezas emocionais, ele acha que a emoção deve ser descrita de forma
caricatural. E a toda hora fica usando expressões como “com os olhos fuzilando
de ódio”, “espumando de raiva”, “com o rosto contorcido de fúria”.
A descrição de emoções
passa por vários estágios. O primeiro estágio é o da descrição abstrata:
“Ao ouvir isso, João ficou furioso”.
É uma mera informação, sem nenhum indício concreto. Depois o escritor aprende
que é melhor dar alguma pista; risca a frase anterior e escreve: “Ao ouvir isto, João teve um sobressalto,
ficou com o rosto vermelho, ofegante, soltou um palavrão e deu um chute na
cadeira mais próxima.” Esta é uma
maneira concreta (mesmo que rudimentar) de dizer que o cara “ficou furioso” sem
recorrer ao adjetivo.
O problema é que todas essas descrições de segundo nível acabam
se transformando em clichê. Há até mesmo autores que brincam o tempo todo com
os próprios clichês, como Nelson Rodrigues, que vivia repetindo: “com o olho rútilo e o lábio trêmulo”.
Como, então, descrever as emoções dos personagens sem
recorrer aos meros adjetivos, e aos clichês descritivos? Não sei. Escrever é descobrir essas coisas.
DIÁLOGOS CARICATURAIS
Brigas em que as pessoas se insultam enquanto trocam
socos! Isso é um defeito mais frequente dos quadrinhos do que nos livros, mas
está presente nos dois.
Das brigas que já presenciei ao vivo, me ficou uma
lembrança sonora de grunhidos, arquejos, um certo rugido de fundo de garganta, um
ou outro palavrão truncado, mas diálogo mesmo teve muito pouco.
Quando você está engalfinhado com alguém, numa briga pra
valer, não fica dizendo (como nos quadrinhos), “você agora vai ver uma coisa, seu verme maldito”, “não pense que tenho medo de você, grandão”
ou o clássico “tome isto, isto e mais
isto!”. E por incrível que pareça eu vejo brigas narradas assim até em
livros para adultos.
Sou especialista em brigas? Nem de longe, nunca briguei
com ninguém. Mas já vi muita briga a poucos metros de distância, e estou
falando em briga séria, entre adultos doidos para arrebentar um ao outro de
verdade, e tenho boa memória. Só quem briga pronunciando frases de efeito é o
Batman.
LINGUAGEM AFETIVA ABESTADA
Usar diminutivos o tempo inteiro. Não sei se é
preconceito, mas eu vejo muito isso em livros infantis com personagens
femininas. A garota não tem um cachorro, tem um cachorrinho; ela não está lendo
um livro, está lendo um livrinho; ao se recolher ela não vai dormir em sua
cama, mas em sua caminha. Esse cacoete de linguagem afetiva fica irritante bem
depressa.
E não é porque eu sou homem e velho; quem eu vejo se
queixando disso são garotas que leem.
DECISÕES MORAIS
Os adultos pensam que vivem num mundo psicologicamente
complexo e profundo, e que os jovens vivem num mundo psicologicamente simples e
raso. Eu diria que frequentemente é o contrário. Adultos vivem num mundo onde,
bem ou mal, já aprenderam a se comportar; os jovens estão aprendendo às custas
de tentativas e erros, e aprendendo em
público, à vista de todo mundo.
Cory Doctorow (revista Locus, julho de 2008) afirma:
Escrever para leitores jovens é algo entusiasmante. Um autor de livros
para “jovens adultos” me disse: “A adolescência é uma série de decisões corajosas
e irreversíveis.”
Num dia, você é alguém que nunca disse uma mentira com consequências
graves; no dia seguinte, você acabou de fazê-lo, e nunca mais vai poder voltar
atrás. Num dia, você é alguém que nunca teve uma atitude nobre para ajudar um
amigo; no dia seguinte você o fez, e isso também não pode ser desfeito.
É de estranhar que os jovens experimentem suas amizades de maneira tão
intensa quanto companheiros de campo de batalha? É de estranhar que as partes
do nosso cérebro que governam a avaliação do perigo não estejam plenamente
desenvolvidas até a idade adulta? Quem correria riscos tão corajosamente, quem
enfrentaria tais dilemas existenciais, se tivesse um sistema de avaliação de
riscos maduro, e em pleno funcionamento?
Os jovens vivem num mundo que se caracteriza por uma dramaticidade
intensa. Isso é o sonho de um autor criador de enredos. Quando você percebe que
seus personagens vivem nesse estado de consequências cruciais, cada virada do
enredo adquire um impulso e uma importância que fazem o leitor não parar de
virar as páginas.
Escreveremos melhor, para os jovens, se compreendermos
que eles vivem a fase mais cheia de riscos da vida inteira, quando tudo que tem
importância crucial está acontecendo pela primeira vez. E talvez o que aconteça
nessa vez determine tudo o que virá depois.
Bráulio Tavares
Mundo Fantasmo
Faça o que é certo
Durante a temporada de 2002, Paul tinha o que chamava
de “um time que só se vê uma vez na vida inteira”. Já tinham o recorde
de dez partidas invictas, e estavam a caminho de conquistar o primeiro
campeonato estadual juvenil.
Paul estava vivendo um sonho de todo treinador. Foi
então que, certa noite, dezesseis de seus jogadores, todos menores de
idade, foram presos por uso de bebida alcoólica durante uma festa. Neste
grupo estava o próprio filho de Paul. O treinador já havia alertado os
atletas de que, caso fossem envolvidos em algum tipo de encrenca
relacionada com álcool, cigarro ou drogas, ele os suspenderia do time.
Havia uma decisão a ser tomada.
Paul suspendeu os jogadores. “Pode-se resumir a questão
a uma palavra: responsabilidade”, explicou. “Vocês quebraram as
regras.” Ele disse ao filho, enquanto o tirava da cadeia: “Você cometeu
um grande erro, é tudo o que eu posso dizer. Não vou deixar de amá-lo
jamais, mas você precisa aprender alguma coisa com o que aconteceu”.
No dia do grande jogo, vestiram o uniforme e sentaram
no banco só para incentivar os colegas que estavam no campo. E os
reservas ganharam o jogo para o treinador ético? Seguiram em frente com o
sonho de se sagrar campeões estaduais? Nada disso! O time perdeu de 63 a
0. Mas Paul não se arrepende nem um pouco de sua decisão. Anos antes,
ele recebera varias ligações de pessoas comunicando que algum amigo ou
conhecido havia morrido por dirigir alcoolizado.
Fazer o que é certo vale mais do que o aplauso da multidão...
Prof. Menegatti
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Humor
O bêbado atravessa a rua com o farol fechado
e um carro passa e buzina "BIBI"...
O bêbado olha para o carro e diz:
"EU TAMBÉM BIBI E MUITO..."
e um carro passa e buzina "BIBI"...
O bêbado olha para o carro e diz:
"EU TAMBÉM BIBI E MUITO..."
A mulher e a moda
Desde a infância sempre gostei muito
das mulheres. Meus “melhores amigos” sempre foram mulheres. Quando me
iniciei nas crônicas semanais o primeiro foco foram os direitos da
mulher no Jornal de Agá, onde escrevi sobre o tema por muitos anos,
ainda antes de virar moda defender o sexo feminino. Lembro bem que
cheguei a desafiar o então Presidente Collor que humilhava publicamente
sua então esposa Rosane.
Tudo isso para dizer que leio bastante sobre elas. Por isso entendo
muito mais de moda feminina do que a maioria das mulheres que conheço,
em grande parte vítimas de fabricantes e comerciantes gananciosos. Meu
conhecimento vai ao ponto de diferenciar um spencer de um bolero,
identificar um tafetá chamalote nacarado e saber se uma bolsa é legitima
ou 25 de março, somente olhando o fecho.
É triste ver belas mulheres usando algo que claramente deforma seu
corpo somente porque está na moda. Pior ainda é saber que muitas delas
sacrificam o orçamento para comprar uma bolsa ou um sapato mais caro só
para mostrar às amigas, porque tenham certeza que os homens nem prestam
atenção.
Com relação ao que está na moda, geralmente é tudo tão horroroso que
tem que mudar a cada seis meses. Eu mesmo tenho um termômetro para a
moda; quando estou me acostumando aos absurdos, sei que já é hora de a
moda mudar. Coco Chanel teve uma sacada genial sobre o tema. Ela disse
que enquanto a moda passa, o estilo permanece. Dia desses viajamos com
Costanza Pascolato até São Paulo e deu para ver que a elegância não se
compra em etiquetas caras.
Mas na bilionária indústria da moda as vítimas nunca aprendem. Uma
obesa vai sempre ser convencida a comprar o vestido que a modelo
magérrima está anunciando, talvez pensando que já se faz fotoshop nos
corpos humanos. Infelizmente as mulheres tem dois desejos básicos
irreconciliáveis; comer bem e emagrecer.
E tem bronca. Uma amiga de Mãe Leca soube desse meu conhecimento de
moda e foi dizer a ela que o marido conhecer de moda é uma coisa boa,
mas se ele começar a usar a roupa da esposa isso será uma coisa ruim. E
será péssimo se a roupa ficar melhor nele do que nela.
Varei!!!!!
Marcos Pires
Do blog do Tião
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho.
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho.
domingo, 26 de novembro de 2017
Ah! Dentro de toda a alma existe a prova
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
Apesar de todos os medos, escolho a ousadia.Apesar dos ferros, construo a dura liberdade.
Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança.
Eu, (..........), sou assim.
Pelo menos assim quero fazer: a que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper.
A máscara do Arlequim não serve apenas para o proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe o espaço de a reinventar.
Desculpem, mas preciso lhes dizer:
EU quero o delírio.
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Dúvida de Português
Pergunta Professora Piacentini, Qual a diferença entre adaptação gráfica e aportuguesamento propriamente dito de uma palavra de outro idioma (citar exemplos)? Muito obrigado! Resposta Entendo que não há diferença entre os termos, pois o aportuguesamento passa por uma adaptação gráfica, como por exemplo \"ticket\" > tuete. |
Atenciosamente, Profa. Maria Tereza O Autor da Pergunta é o amigo Adauto Neto |
Linchamentos atuais são parte de uma economia de mercado e marketing digital
Não creio na boa-fé da maioria que se diz
indignada com frases infelizes que soam racistas ou atitudes suspeitas de
assédio sexual.
O que move a maioria esmagadora dos
"indignados" nas redes sociais e fora delas é o gosto de sangue. Não
há nenhum senso de justiça ultrajado aqui, mas, sim, o mero gosto da humilhação
das vítimas "culpadas". O simples gosto pelo linchamento. Se os
"movimentos progressistas" não tivessem eles mesmos virado um
"mercado de impacto", gerando milhões de dólares, (quase) ninguém
estaria nem aí pra vítimas de racismo ou sexismo. A própria luta da Inglaterra
contra a escravidão foi um business em si.
Essa constatação em nada retira do combate às
misérias humanas o seu justo valor, mas nos ajuda a entender, de uma forma mais
"sociobiológica", o gosto pelo linchamento de pessoas de grande
sucesso e competência como William Waack e Kevin Spacey. O sucesso envenena a
alma do rebanho. A inveja move a turba "indignada". O ressentimento é
seu café da manhã cotidiano. O ódio, seu afeto primário. A irrelevância, seu
estado natural. Sua ética é fake. "Fake ethics".
Não acho que a histeria ao redor desses dois
casos (e outros) seja fruto de avanço moral e político da humanidade. Linchar
pessoas, que não podem se defender, exerce sobre nós a mesma força de atração
que a luz exerce sobre mariposas ou insetos em geral. As redes sociais são apenas
o caldo de cultura de bactérias em que a fúria animal humana por sangue se
manifesta.
Olhemos de mais perto esse enxame. Mas, antes,
um reparo. Se você considera um desses dois casos "culpado" e, por
isso mesmo, "merecedor da punição coletiva", cuidado! Nunca deixe se
levar por esse gosto de sangue travestido de "justiça".
Principalmente se você for uma pessoa de sucesso e pública, um dia você poderá
ser a próxima vítima de linchamento.
Não existe relativização de valor de
linchamentos. Ou são condenados a priori ou são justificáveis de acordo com a
vontade do freguês. E você poderá ser a próxima vítima do freguês.
Você se lembra que, anos atrás, quando ladrões
foram linchados nas ruas do Brasil, muitos criticaram (com razão) esses
linchadores de rua, e uma jornalista, que aparentemente defendeu os
linchadores, foi ela mesma linchada nas redes sociais?
Pois bem. É interessante perceber que há uma
semelhança ideológica entre o grupo que defendia (com razão) os ladrões vítimas
de linchamento e o grupo que agora adere (sem razão) ao linchamento de Waack.
Por que ladrões não devem ser (e não devem ser
mesmo) linchados na rua, mas um jornalista essencial para o Brasil deve ser
linchado nas redes sociais (e quem sabe nas ruas)? Por que é injusto linchar
ladrões, mas é "progressista" linchar alguém como Waack? Simples:
porque todo linchador é um canalha. Não há regra, só o gosto do sangue que ele
quer beber.
A tese segundo a qual jornalistas devem ser
"santos" se alimenta de hipocrisia tanto quanto a tese segundo a qual
santos devem ser santinhos.
O politicamente correto destruiu qualquer
possibilidade de reflexão minimamente honesta sobre virtudes na vida pública
contemporânea. Essa discussão está morta. O politicamente correto criou o
"fake ethics". A presunção de "retidão política" implica a
prática da mentira pública. A democracia é, essencialmente, idiota em sua
pretensão de ser politicamente correta.
A reação imediata da Globo é paradigmática:
todos temem a turba. Pior: ela, a Globo mesma, é um celeiro de inteligentinhos
que adoram linchamentos. Linchamentos, hoje, são parte da economia de mercado.
Uma sub-área do marketing digital.
No caso de Kevin Spacey, vemos a já identificada
tendência contemporânea em "gozar" mais com a histeria relacionada ao
tema do assédio sexual do que gozar, de fato, com a penetração sexual física. À
medida que os jovens deixam de fazer sexo, mais obcecados ficam com o tema do
assédio sexual. Por trás do linchamento público de Kevin Spacey esconde-se o
crescente ódio ao sexo real.
A proibição de manifestar desejo sexual real
será logo cláusula pétrea da Constituição e da ONU.
LUIZ FELIPE PONDÉ (FOLHA ONLINE)
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2017/11/1936629-linchamentos-atuais-sao-parte-de-uma-economia-de-mercado-e-marketing-digital.shtml.
Acesso em: 21 de novembro de 2017.)
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