terça-feira, 31 de outubro de 2017
Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Descoberta de área misteriosa pode ser 1ª pista da existência de universo paralelo
13 bilhões de anos luz de comprimento. 1,8 bilhão de anos-luz de
diâmetro. 0,0001 grau de temperatura média, mais fria que seu entorno.
Eis as características de uma área misteriosa que foi descoberta por
Cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido.
Por conta dessas propriedades, que são consideradas “insondáveis” pelos astrônomos, esta pode ser a primeira pista da existência de um universo paralelo.
Segundo o coautor do estudo Tom Shanks, esse
‘ponto frio’ pode ter sido causado por uma colisão entre o nosso
universo e um universo de bolhas.
“Se
uma análise mais detalhada provar que este é o caso… então o ‘ponto
frio’ pode ser tomado como a primeira evidência para o multiverso”,
acrescentou o pesquisador ao jornal britânico The Guardian, levantando a possibilidade de vivermos em um universo paralelo.
Multiverso e big bang
A ideia de colisão lembra um conceito bastante conhecido: do big bang, que diz que o universo foi criado há 14 bilhões de anos após um buraco negro.
Ou seja, se isso realmente se comprovar, a teoria de que
vivemos em universos paralelos, com infinitas formas de realidade, ganha
força.
Seria mais ou menos como o personagem de
Matthew McConaughey em “Interestelar” (2014), que após viajar ao espaço
adentra uma realidade também paralela.
Outras hipóteses
Tom Shanks levanta outra hipótese: a de que houve uma
“flutuação improvável” da física de partículas, algo que os
pesquisadores não tiveram como comprovar.
Isso significaria que o universo pode se comportar de
maneiras diferentes em certos pontos. “Mas essa não é a resposta, então
há explicações mais exóticas”.
Escrito por
Drummond e a FC
Em seu livro Lição de Coisas (1962) Carlos Drummond de
Andrade incluiu um poema curto cujo título me atraiu desde o primeiro olhar:
“Science Fiction”. Assim mesmo, em
inglês, sintoma de uma época em que a assimilação de certas palavras ainda
estava incompleta, e ainda se dizia “goal-keeper”, “whisky”, etc. O texto do poema diz:
“O marciano encontrou-me na rua / e teve medo de minha
impossibilidade humana. / Como pode existir, pensou consigo, um ser / que no
existir põe tamanha anulação de existência? // Afastou-se o marciano, e
persegui-o. / Precisava dele como de um testemunho. / Mas, recusando o
colóquio, desintegrou-se / no ar constelado de problemas. // E fiquei só em
mim, de mim ausente.”
O poema surgiu num momento em que a FC estava presente na
imprensa e na cultura brasileira em geral, através das edições de Gumercindo R.
Dórea (Editora GRD), que vinha publicando obras de FC de Dinah Silveira de
Queiroz, Fausto Cunha, Rubens Teixeira Scavone e outros, além da primeira Antologia Brasileira de Ficção Científica (1961).
O texto de Drummond, no entanto, sempre me lembrou outro
conto: “Encontro Noturno” de Ray Bradbury, incluído na antologia Maravilhas da
Ficção Científica, da Editora Cultrix (1958), organizada por Fernando Correia
da Silva, com seleção de Wilma Pupo Nogueira Brito e introdução de Mário da
Silva Brito.
No conto de Bradbury (na verdade, uma das suas “Crônicas
Marcianas” de 1950) um terrestre e um marciano se encontram por acaso no alto
de uma colina de Marte, começam a conversar, e descobrem que estão num ponto de
cruzamento entre momentos diferentes no tempo. O marciano vê no vale lá embaixo
sua civilização viva e florescente; o terrestre vê ruínas desertas. Depois de
um diálogo cheio de contradições, os dois se separam, perplexos, e cada um vai
cuidar de sua vida.
O poema de Drummond sismografa a presença da FC na
nossa literatura da época. O poeta refletia sobre a civilização tecnológica que
começava a envolvê-lo: é desse livro seu famoso poema sobre a bomba atômica, “A
bomba” (“A bomba / é uma flor de pânico apavorando os floricultores / A bomba /
é o produto quintessente de um laboratório falido”). O marciano (que não deixa
de lembrar o marciano visitante de Fausto Cunha em “Visita Sentimental de um
Jovem Marciano ao Planeta Terra”) torna-se nessa fase um símbolo preferencial
do Outro, do Estranho, do que nos descobre e olha para nós com assombro e
incredulidade. É o próprio Drummond que se auto-descobre no poema ao lado, “O
Retrato Malsim”, constatando o “morrer em pensamento quando a vida queria
viver”. Era um símbolo interplanetário para a angústia existencial.
Bráulio Tavares
Mundo Fantasmo
Pesquisa
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Reapaixone-se todos os dias por quem já está ao seu lado
Essa mania que temos de enjoar das coisas e das pessoas nos leva a grandes perdas. Parece
que estamos sempre esperando mais, querendo outra coisa, e desse modo
não conseguimos desfrutar o que já temos, o que já conquistamos. Nutrir
sonhos e ser ambicioso é positivo, mas somente olhar para o que se quer
muitas vezes nos cega frente a tudo o que já possuímos.
(...)
Provocações filosóficas
Quem casa faz uma cruz
Pra morrer cravado nela.
Pra morrer cravado nela.
Jesus não morreu tão moço
Mas nunca quis companheira,
Quis uma cruz de madeira,
Porém, não de carne e osso.
Não lhe seduziu o esboço
Do perfil da mulher bela,
Não deu tais honras a ela,
Sabido só foi Jesus,
Quem casa faz uma cruz
Pra morrer cravado nela.
Mas nunca quis companheira,
Quis uma cruz de madeira,
Porém, não de carne e osso.
Não lhe seduziu o esboço
Do perfil da mulher bela,
Não deu tais honras a ela,
Sabido só foi Jesus,
Quem casa faz uma cruz
Pra morrer cravado nela.
Lourival Batista
Fábula
Em que fase da vida você está?
Um amigo do viajante resolveu passar algumas semanas
num mosteiro do Nepal. Certa tarde, entrou num dos muitos templos do
mosteiro, e encontrou um monge, sorrindo, sentado no altar.
- Por que o senhor sorri? - perguntou ao monge.
- Porque entendo o significado das bananas - disse o
monge, abrindo a bolsa que carregava, e tirando uma banana podre de
dentro. Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo,
agora é tarde demais.
Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde.
Mostrou-a e tornou a guardá-la. Esta é a vida que ainda não aconteceu, é
preciso esperar o momento certo.
Finalmente, tirou uma banana madura, descascou-a, e dividiu-a com meu amigo, dizendo : este é o momento presente. Saiba vivê-lo sem medo!
Prof. Menegatti
Os próximos Deputados
“- E aí, amigo, esse telefone é seguro? ”
“- É sim. Cada vez que eu falo troco o chip e a cada dez ligações estou trocando de aparelho”.
“- Olha só, estou te ligando para fazer um acerto daquela última parada”.
“- Como assim? Eu mandei a parte do teu chefe e a tua faz mais de dois meses...”
“- Não, querido. Nós não recebemos nada. O último pagamento que
recebemos foi ainda do tempo em que meu chefe estava solto. Depois que
ele foi preso não recebi noticiais de vocês”.
“- Eu não liguei porque depois que meu chefe também foi preso a ordem é segurar os contatos ao máximo”.
“- Certo, amigo, mas isso não quer dizer que vocês não paguem o que
nos devem, porque mesmo preso o meu chefe continua com as despesas,
agora inclusive até maiores, já que os advogados estão cobrando caro”.
“- Amigo, eu tenho certeza de que o dinheiro foi mandado para vocês pelo mesmo doleiro de sempre...”.
“- Mas nós não recebemos, e esse doleiro está foragido há muito tempo. Deu sorte, tem dupla nacionalidade”.
“- E o que você quer que eu faça? ”
“- Fala pro teu chefe na próxima vez que for visita-lo na cadeia que
se ele não pagar ao meu chefe, periga entrar na delação premiada dele”.
“- Ei, mas se meu chefe mandou o dinheiro e roubaram no caminho, qual
é a culpa dele? Demais disso o meu chefe também pode delatar o teu e os
dois vão mofar na cadeia”.
“- Mas vem cá...você me deu uma ideia. Que tal se nós nos juntarmos e
incentivarmos eles a delatarem um ao outro? Com as granas deles que
estamos escondendo, bem poderíamos sair candidatos na próxima eleição.
Seria barbada, porque é dinheiro demais. Olha só, nós seriamos Deputados
Federais e eles presidiários.
“- Ah, ah, ah! E no exercício do mandato poderíamos votar leis que
aumentassem as penas deles em favor da moral e ficaríamos livres.
Excelente ideia!
“- E como somos caras novas, os bestas dos eleitores vão pensar que
estão renovando o Congresso. Ah, ah, ah, vão colocar as raposas para
tomar conta do galinheiro”.
O novo nem sempre é melhor que o antigo, e no caso dos políticos do Brasil ambos podem ser piores ainda.
Marcos Pires
Do Blog do Tião
O cunhado Eudes Fernandes acaba de desembarcar no Brasil vindo de uma turnê pela Europa. Na bagagem, trouxe-me uma garrafa de vinho português Offley Tawny Porto, fabricado na região do Douro. Um legítimo vinho do Porto muito versátil e atraente, ideal para sobremesas tradicionais, desde o
creme queimado às tartes de maçã, amêndoas e natas. Servido frio é
um ótimo aperitivo e acompanha bem algumas entradas salgadas.
Muito obrigado pela lembrança meu amigo.
Teófilo Júnior
domingo, 29 de outubro de 2017
Isso é muita sabedoria
Quando fazemos tudo para que nos amem
e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que
havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os
sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor
nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às
vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada
damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma
surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor
concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem
melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para
conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada
fazer.
Soneto 23
Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,
Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.
Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa
Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.
William Shakespeare
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,
Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.
Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa
Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.
William Shakespeare
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Humor
A mulher chega para o marido e diz:
- Amor, de presente de aniversário eu quero um cavalo-marinho!
- Tá louca mulher! Isso é difícil de conseguir! Pede outra coisa!
- Então eu quero que você pare de beber!
- Amor, de presente de aniversário eu quero um cavalo-marinho!
- Tá louca mulher! Isso é difícil de conseguir! Pede outra coisa!
- Então eu quero que você pare de beber!
Flamengo e mais 3 Clubes brasileiros tem títulos mundiais reconhecidos pela Fifa
Fifa decidiu reconhecer como campeões mundiais os clubes que
venceram o antigo Mundial Interclubes, confronto disputado de 1960 a
2004 entre o campeão sul-americano e europeu. A decisão foi tomada na
manhã desta sexta-feira, em reunião do Conselho da entidade em Calcutá,
na Índia. Passam a ser considerados campeões mundiais, portanto, as
seguintes equipes brasileiras:
Santos – 1962 e 1963
Flamengo – 1981
Grêmio – 1983
São Paulo – 1992 e 1993
Flamengo – 1981
Grêmio – 1983
São Paulo – 1992 e 1993
A solicitação para incluir a discussão da legitimidade do título partiu
da Conmebol. Pelo Twitter, o presidente da entidade sul-americana,
Alejandro Domínguez, confirmou a decisão da Fifa e divulgou a carta em
que solicitou o reconhecimento a Gianni Infantino, em junho.
–
Agradeço a aprovação pelo conselho da Fifa da proposta da Conmebol de
reconhecer títulos de Copas Intercontinentais como Mundiais de Clubes –
escreveu Alejandro
ALEJANDRO DOMÍNGUEZ
@AGDWS
AGRADEZCO APROBACIÓN DEL CONSEJO DE @FIFACOM LA PROPUESTA DE @CONMEBOL DE RECONOCER TÍTULOS DE COPAS INTERCONTINENTALES COMO MUNDIALES DE CLUBES.
O reconhecimento da Fifa reforça a possibilidade de que o duelo entre o
campeão da Libertadores e o da Liga dos Campeões volte a acontecer. O
Mundial de Clubes organizado pela entidade em 2000 pela primeira vez e
depois continuamente desde 2005 passaria a ser disputado de quatro em
quatro anos, no mesmo intervalo da Copa das Confederações, que seria
extinta – essa mudança deve ser somente a partir de 2021.
– Na
nova Conmebol, fixamos como um dos eixos de mudança fazer justiça pelo
futebol sul-americano, inclusive indo além do judicial. Hoje vemos
refletidos nossos esforços em um justo reconhecimento que a Fifa faz aos
clubes sul-americanos e europeus, que ganharam a Copa Intercontinental e
tradicionalmente foram considerados campeões do mundo. Em nome da
Conmebol, parabenizamos os diretores, comissões técnicas e jogadores dos
clubes reconhecidos, e, claro, a todos os torcedores e muito
especialmente aos que pertenceram aos elencos vencedores e deixaram a
marca do futebol sul-americano na história do futebol mundial – afirmou o
presidente da Conmebol, em nota divulgada no site oficial da entidade.
Copa Rio não entra na pauta da Fifa
No total, foram realizadas 43 edições do extinto Mundial de Clubes. Em
1975 (Bayern de Munique x Independiente) e 1978 (Liverpool x Boca
Juniors), as partidas não aconteceram porque as equipes não chegaram a
um acordo no que diz respeito à data – não houve vencedores, portanto.
Em compensação, em 2000, dois clubes foram campeões mundiais: o Boca
Juniors (agora reconhecido) e o Corinthians (que venceu o primeiro
Mundial Interclubes organizado pela Fifa).
Os títulos da Copa Rio
de 1951 e 1952, conquistados por Palmeiras e Fluminense,
respectivamente, são exemplos de competições entre equipes de países
diferentes que não entraram na pauta da Fifa. A entidade chegou a
reconhecer o Palmeiras como campeão mundial durante o processo de
organização da Copa do Mundo de 2014, mas depois voltou atrás e passou a
usar eufemismos como “primeiro campeão global”.
A partir de
agora, o São Paulo é o clube brasileiro com mais títulos mundiais
reconhecidos pela Fifa. São três: 1992, 1993 e 2005. Santos (1962 e
1963) empatou com o Corinthians (2000 e 2012). E Flamengo (1981) e
Grêmio (1983) se igualaram ao Internacional (2006).
Confira todos os campeões do antigo Mundial de Clubes:
1961 – Peñarol
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Inter de Milão
1965 – Inter de Milão
1966 – Peñarol
1967 – Racing
1968 – Estudiantes
1969 – Milan
1970 – Feyenoord
1971 – Nacional-URU
1972 – Ajax
1973 – Independiente
1974 – Atlético de Madrid
1976 – Bayern de Munique
1977 – Boca Juniors
1979 – Olímpia
1980 – Nacional-URU
1981 – Flamengo
1982 – Peñarol
1983 – Grêmio
1984 – Independiente
1985 – Juventus
1986 – River Plate
1987 – Porto
1988 – Nacional-URU
1989 – Milan
1990 – Milan
1991 – Crvena Zvezda
1992 – São Paulo
1993 – São Paulo
1994 – Vélez Sarsfield
1995 – Ajax
1996 – Juventus
1997 – Borussia Dortmund
1998 – Real Madrid
1999 – Manchester United
2000 – Boca Juniors
2001 – Bayern de Munique
2002 – Real Madrid
2003 – Boca Juniors
2004 – Porto
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Inter de Milão
1965 – Inter de Milão
1966 – Peñarol
1967 – Racing
1968 – Estudiantes
1969 – Milan
1970 – Feyenoord
1971 – Nacional-URU
1972 – Ajax
1973 – Independiente
1974 – Atlético de Madrid
1976 – Bayern de Munique
1977 – Boca Juniors
1979 – Olímpia
1980 – Nacional-URU
1981 – Flamengo
1982 – Peñarol
1983 – Grêmio
1984 – Independiente
1985 – Juventus
1986 – River Plate
1987 – Porto
1988 – Nacional-URU
1989 – Milan
1990 – Milan
1991 – Crvena Zvezda
1992 – São Paulo
1993 – São Paulo
1994 – Vélez Sarsfield
1995 – Ajax
1996 – Juventus
1997 – Borussia Dortmund
1998 – Real Madrid
1999 – Manchester United
2000 – Boca Juniors
2001 – Bayern de Munique
2002 – Real Madrid
2003 – Boca Juniors
2004 – Porto
Fonte
Globo Esporte
Diabetes 3c, a mais nova descoberta da medicina
No tipo 2, ocorre quando o pâncreas não consegue acompanhar a demanda de
insulina do corpo, e muitas vezes isso é associado ao excesso de peso
ou à obesidade, e geralmente começa na idade média ou na velhice.
O terceiro tipo, no entanto, é causado por um grave dano ao pâncreas,
talvez por uma pancreatite, um tumor ou até uma cirurgia. Esse estrago
prejudica não somente a habilidade do órgão de produzir insulina, mas
também a de produzir as proteínas necessárias para digerir alimentos e
também outros hormônios.
Esse tipo de diabetes demanda insulina de seus portadores, assim como
o consumo de enzimas digestivas, que podem ser encontradas no formato
de tabletes.
Compartilhe esse artigo com sua família e amigos,
assim podemos deixar todos sempre antenados a esse novo tipo de
diabetes, que foi descoberto apenas recentemente, e tem todo um
tratamento especial!
Fonte Uol
Versículos do dia
Portanto
os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz;
então o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. Miquéias 5:3
E
ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a
força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o
acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os
acusava de dia e de noite. Apocalipse 12:10
sábado, 28 de outubro de 2017
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
Tudo o que tenho não tem posse:
o rio e suas ocultas fontes,
A nuvem grávida de Novembro,
O desaguar de um rio em tua boca.
Só me pertence o que não abraço.
Eis como eterno me condeno:
Amo o que não tem despedida.
Mia Couto
Tudo o que tenho não tem posse:
o rio e suas ocultas fontes,
A nuvem grávida de Novembro,
O desaguar de um rio em tua boca.
Só me pertence o que não abraço.
Eis como eterno me condeno:
Amo o que não tem despedida.
Mia Couto
Marcus Accioly
Foi ele o primeiro poeta “erudito” que vi dominar com
perfeição ritmos como o martelo agalopado, o galope beira-mar, o quadrão, o
mourão, a embolada. Marcus Accioly, falecido neste sábado, dia 21, aos 74 anos, foi um
dos grandes poetas brasileiros de uma geração acima da minha, poeta que comecei
a ler aos 20 anos e não parei mais.
Pela sua dedicação pioneira aos esquemas de ritmos e de
rimas da Cantoria de Viola, devo-lhe mais do que a muitos outros poetas tão
grandes quanto ele, mas que escreviam noutro universo de formas. No universo
das formas fixas da cantoria, “eruditizadas”, foi pela mão dele que entrei.
Seu livro mais conhecido talvez seja o infantil e
premiado Guriatã: um cordel para menino
(1980). Mas o livro fundador, o que o projetou como o principal poeta do
Movimento Armorial de Ariano Suassuna, foi Nordestinados
(1971), saído simultaneamente com o Romance
da Pedra do Reino (1971) de Ariano. Foi nesse que encontrei pela primeira
vez, no papel nobre do volume em brochura, os gêneros e estilos da poesia dos violeiros.
Meu livro de cabeceira por muitos e muitos anos.
Logo depois veio Sísifo
(1975), um poema épico em dez cantos, com formas variadas. Neste, Marcus fez um
épico que era armorial por um lado e modernista por outro. Martelos agalopados
celebrando Jack Kerouac ou Elvis Presley, numa afirmação ousada de repertório
pessoal. Por mais que afirmasse a importância do movimento criado por Ariano, e
se sentisse vinculado a ele, Marcus Accioly sempre escolheu seus próprios
temas, que eram temas da sua geração de rapazes com a mesma idade dos Beatles, de
Bob Dylan.
Sísifo
introduziu também o peculiar uso dos parênteses dentro da estrofe metrificada, o
qual que se tornou um dos traços estilísticos do poeta a partir de então.
Linhas de martelo (ou de decassílabo genérico) metrificadas de forma impecável,
mas incrustadas de trechos entre parênteses, criando assim duas vias
simultâneas de fluxo poético.
Não tenho o Sísifo
aqui comigo, mas ilustro com uma estrofe de Latinomérica
(2001), seu último e gigantesco poema épico, com mais de 500 páginas:
cantei teu sol (América) na
pele
do índio nu (chagacesa ou
tatuagem)
esperando que o canto (em si)
revele
o seu fogo despido de folhagem
(ou seu corpo movido pela
hélice
dos músculos sem outra
camuflagem
que a luz) cantei a carne em
carne-viva
(o sangue em chama) a brasa
sem a cinza
Latinomérica,
onde ele insere a voz de um Homero na celebração épica do continente, é um
poema-livro em 20 partes, cobrindo a história e a mitologia da América até os
dias de hoje. Uma mistura (lá vou eu com minhas comparações esdrúxulas) do Canto Geral (1950) de Pablo Neruda com As Veias Abertas da América Latina (1971)
de Eduardo Galeano e as Folhas de Relva
(1855) de Whitman.
Mas sempre de acordo com as escolhas temáticas do autor:
a Parte IX do poema, “O Ringue”, fala das guerras, guerrilhas e ditaduras
latino-americanas sob a forma de uma luta de boxe. Há trechos na Parte XII, que
o autor intitula “shadow boxing”, dedicados a autores norte-americanos como
Edgar Allan Poe, Hemingway, Allen Ginsberg, Walt Whitman.
Os metros são variados, mas Latinomérica usa na maior parte do tempo o formato da oitava
camoniana em decassílabos, com rimas toantes, como nesta estrofe do trecho dedicado
ao poeta beat Lawrence Ferlinghetti:
(saímos a um café e nos
servimos
no self-service) “ponha pouco açúcar
e (se adoçante) basta pôr dois
pingos
feito colírio” (ergue um
brinde à música
das colheres e eu fiz um
brinde aos sinos
das xícaras) foi só (com sua
túnica
vermelha e a minha azul como
um contraste
tiramos uma foto aquela tarde)
Quando o conheci pessoalmente eu já não era mais apenas seu
leitor, já era também um autor publicado, e nos encontrávamos nos eventos
literários, hospedados no mesmo hotel, recitando no mesmo palco. Marcus era
aquele tipo de rosto longo, muito corado, cabelos brancos curtos, barba branca
sempre bem aparada, visual aristocrático, conversa descontraída e risonha. Um
poeta beatnik com sotaque dos engenhos
pernambucanos.
E eu não deixei de ser o garoto de vinte anos que o descobriu
numa república de estudantes em Belo Horizonte, para onde meu pai me mandou um
jornal do Recife com um artigo sobre um tal de movimento cultural que Ariano Suassuna
estava inventando em Pernambuco, e um poema de Marcus Accioly intitulado “Os
bichos (galope beira-mar)”, uma das viradas-de-esquina decisivas no meu modo de
ver a literatura.
Poema que ajudou a me levar de volta à Paraíba e aos “Retalhos
do Sertão”, e do qual ainda hoje, 46 anos depois, recito de cor esta estrofe
inicial (são oito ao todo), nas minhas oficinas de poesia, para não esquecer
como esse capítulo da minha história começou:
Rumor entre folhas, os sóis abrasados,
os pássaros mudos, confins do sertão;
garganta, vereda, covil, chapadão,
coivaras, lajedos, clareiras, cerrados;
a marca profunda dos rastros pesados
o andar sorrateiro com jeito de dança
a boca feroz sob a pele tão mansa
o salto e o rugido suspensos no espaço
os dentes de pedra e as garras de aço
pupilas de sangue nos olhos da onça.
(“Os bichos”, em Nordestinados)
Bráulio Tavares
Mundo Fantasmo
Ministros do STF transformam pleno em rinha
Os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís
Roberto Barroso discutiram e trocaram ofensas na sessão da Corte na
tarde de hoje (26). A discussão ocorreu durante o julgamento sobre a
validade da uma decisão que envolve a extinção de tribunais de contas de
municípios. O estopim para o início da briga ocorreu após Mendes
criticar a situação financeira do Rio de Janeiro, estado de origem de
Barroso.
Barroso questionou se, no Mato Grosso, estado de Gilmar Mendes "está
todo muito preso", em referência aos políticos presos no Rio de Janeiro e
complementou dizendo: "Nós prendemos, tem gente que solta". Em
resposta, Gilmar disse que o colega, ao chegar ao STF, "soltou José
Dirceu", ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva e condenado no
caso do Mensalão.
Em seguida, os ministros foram interrompidos pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, mas voltaram a discutir.
Na segunda parte do bate-boca, ao explicar as razões pelas quais
concedeu indulto ao ex-ministro José Dirceu, Barroso acusou Mendes de
ser parcial em suas decisões.
"Não transfira para mim essa parceria que Vossa Excelência tem com a
leniência em relação a criminalidade do colarinho branco", afirmou.
Ao rebater as declarações de Barroso, Gilmar Mendes disse que não é
"advogado de bandidos internacionais", em referência ao trabalho de
Barroso como defensor do ex-ativista italiano Cesare Battisti, antes de
ser nomeado ao STF.
Na tréplica, Barroso disse a Gilmar: "Vossa Excelência vai mudando a
jurisprudência de acordo com o réu. Isso não é Estado de Direito, isso é
Estado de compadrio. Juiz não pode ter correligionário", concluiu.
Para encerrar a discussão, Cármen Lúcia lembrou aos colegas que eles
estavam "no plenário de um Supremo Tribunal" e que ela gostaria de
voltar ao caso em julgamento. Após o bate-boca, o julgamento foi
retomado e concluído. Os ministros mantiveram a decisão da Assembleia
Legislativa do Ceará, que extinguiu os tribunais de contas dos
municípios do estado.
Fonte aqui
Fonte aqui
Tex
“[...]
Um sucesso que superou as oscilações de aceitação do gênero a que
pertence: a sua força e o seu fascínio dependem menos dos cenários de
faroeste em que age e mais do seu conteúdo, do seu caráter, da sua
consistência humana, ética e moral.” [...]
(FREDIANI, Graziano. As primeiras palavras famosas. In: BOSELLI, Mauro, ANDREUCCI, Stefano. TEX GIGANTE Nº 32. São Paulo: Mythos, outubro/2017, p. 6.)
_____________
Análise do jornalista italiano, Graziano Frediani, sobre o sucesso de TEX nessas quase sete décadas de existência.
Uma colaboração do amigo Adauto Neto
Todo phoder aos sovietes!
Ninguém mais se “alembrou”, mas agora, em
outubro, os esquerdisto-socialistas comemoraram os 100 anos da
Revolução Russa. A Revolução Bolchevique aconteceu quando os comunistas,
comandados por Luiz Smirnoff Lula da Silva, o Lênin, tomaram o poder na
Rússia. Desde então, o mundo se dividiu em dois: “nóis” e “eles”.
“Eles”, no caso, somos nós, e “nóis”, por consequência, são eles. Eles,
ou seja, “nóis”, no caso eles, são os bonzinhos que querem acabar com a
miséria do planeta através de “bolsas qualquer coisa” e “justiça
social”.
Os socialistas acham que tudo tem que
ser igual para todo mundo, só que alguns são mais iguais que outros
porque são do Partido. E se o socialismo vai dominar o mundo, ele vai
ter que começar por algum lugar. Por que não pode ser na geladeira lá de
casa ou no sítio em Atibaia?
Luiz Inácio Lênin da Silva, o Lênine,
não estava sozinho quando tomou o Palácio de Inverno na cidade de São
Petersburgo (que depois da Revolução foi rebatizada de Lulingrado)
durante o gelado outubro russo. Junto com ele estavam outros
revolucionários de primeira hora, heróis do povo soviético, que ajudaram
na empreitada: Antonio Pallostsky, Joseph Dirceu Stálin, Nadjlma
Roussefkaya, La Passiodena, Mao Tsé Tung, Che Guevara, Pol Pot, Ho Chi
Min, Kin Il Sun, Hugo Chawsky, Benedita da Silva e Lázaro Ramos (que
entraram pela política de cotas), os irmãos Fidel e Raul Castro, Joesley
e Wesley Batistoff, e os empreiteiros Bertold Odebrecht, Queirostsky
Galvão e Andradski Gutierrez, sem contar os líderes populares Mikhail
Temer, Geddelvsky Vieira Lima, Eliseyev Padilha, Moreira Fransky,
Jaderevich Barbalho, Collor de Mellowsky, Renansky Calheirovitch, Joseph
Sarneyski, Valdemarx Costa Neto e Aécio Nevsky. Também colaboraram para
a vitória dos bolcheviques os ministros do STF – Soviete Tribunal
Foderal: Gilmar Mentsky, Leon Tróstffoli e Eduardo Lewandosky, que nem
russo era, coitado. São muitas as lideranças populares que arriscaram as
suas vidas para assistirmos a aurora radiosa do regime socialista e
que, assim, surgisse um novo homem (e uma nova mulher, um (a) novo(a)
homoafetivo(a) e um novo transgênero), construindo uma nova sociedade
justa, igualitária e fraterna desde que ninguém pensasse diferente do
Partido, que, como já disse, “semo nóis”. No caso, eles.
E assim se passaram cem anos…Parece que foi ontem.
Para dar inicio à grande obra
socialista, os bolcheviques criaram o PAC – Programa de Aceleração
Comunista, desviando o curso do rio Volga para que suas águas
desembocassem no sertão do São Francisco. Graças aos GULAGs, enormes
frentes de trabalho escravo, os comunas acabaram com o desemprego na
Rússia. Os bolcheviques também desenvolveram a psiquiatria de esquerda,
que passou a funcionar em corrente contínua e alternada.
Aliás, Rússia não. Foi criada a URSS,
União das Repúblicas Sindicalistas Soviéticas, filiada à CUT. URSS em
caracteres cirílicos (o alfabeto russo) é CCCP e quer dizer: Cuidado Com
o Companheiro Palloci. A União Soviética virou uma potência mundial,
rivalizando com os Estados Unidos. Os soviéticos foram pioneiros na
corrida espacial: depois de lançar o Sputnik, mandaram para o espaço a
cadela Laika, que havia criticado o camarada Kruchov no Congresso do
Partido. O cosmonauta Gagárin também caiu em desgraça depois de
constatar que a Terra era azul, e não vermelha como uma bandeira do MST.
A União Soviética fundou a KGB, uma
clínica médica que fazia qualquer mudo falar. A academia de Ciências da
União Soviética foi a primeira a ter aulas de zumba, e o Circo de Moscou
foi o primeiro a exibir intelectuais amestrados, como Jorge Amado e
Luís Carlos Barreto, o Barretão. Os comunistas também criaram o Balé
Bolshoi para dar emprego aos homossexuais, que eram perseguidos pelo
regime.
Mas, infelizmente, o socialismo real não
deu certo. Foi sabotado por uma Conspiração (Filmes) Internacional (de
Engenharia), que uniu a CIA, o FBI, o Vaticano, a Máfia, a Globo, a
Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Perseguidos, os
comunistas tiveram que fugir para Miami, onde pediram asilo ao Donald
Trump.
Agamenon Mendes Pedreira
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
O Baú
Como estranhas lembranças de outras vidas,
Que outros viveram, num estranho mundo,
Quantas coisas perdidas e esquecidas
No teu baú de espantos... Bem no fundo,
Uma boneca toda estraçalhada!
(isto não são brinquedos de menino...
alguma coisa deve estar errada)
mas o teu coração em desatino
te traz de súbito uma ideia louca:
é ela, sim! Só pode ser aquela,
a jamais esquecida Bem-Amada.
E em vão tentas lembrar o nome dela...
E em vão ela te fita... e a sua boca
Tenta sorrir-te mas está quebrada!
Mário Quintana
Que outros viveram, num estranho mundo,
Quantas coisas perdidas e esquecidas
No teu baú de espantos... Bem no fundo,
Uma boneca toda estraçalhada!
(isto não são brinquedos de menino...
alguma coisa deve estar errada)
mas o teu coração em desatino
te traz de súbito uma ideia louca:
é ela, sim! Só pode ser aquela,
a jamais esquecida Bem-Amada.
E em vão tentas lembrar o nome dela...
E em vão ela te fita... e a sua boca
Tenta sorrir-te mas está quebrada!
Mário Quintana
Dá-me uma comparação exata e
poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode
imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles
foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca.
Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.
Onde a verdade e onde a mentira dos sentimentos? Seria a bela Capitu, com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada, uma adúltera? Teria fundamento o ciúme que corrói a alma de Bentinho?
Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação.
Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.
Onde a verdade e onde a mentira dos sentimentos? Seria a bela Capitu, com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada, uma adúltera? Teria fundamento o ciúme que corrói a alma de Bentinho?
Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação.
Machado de Assis
O ser humano vivencia a si mesmo, seus
pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de
ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de
prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto
por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos
dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele
abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém
conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua
realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa
segurança interior.
Albert Einstein
Nós não consertamos mais relações
humanas, nós trocamos. E ao trocar sapatos, computadores e pessoas que
amamos por outras pessoas, vamos substituindo a dor do desgaste pela
vaidade da novidade. Ao trocar alguém,creio, imediatamente eu me torno
alguém mais interessante e não percebo que aquele espelho continua sendo
drama da minha vaidade.
Tu és um indivíduo entre outros 6
bilhões e 400milhões de indivíduos compondo uma única espécie dentre
outras 3 milhões de espécies já classificadas que vive em um planetinha
que gira em torno de uma estrelinha que é uma entre outras 100 bilhões
de estrelas compondo uma única galáxia entre outras 200 bilhões de
galáxias num dos universos possíveis que de tanto se expandir um dia irá
desaparecer...
Quem és tu?
Mario Sergio Cortella
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Acho que o quintal onde a gente
brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de
grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela
intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor.
Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as
outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.
Manuel de Barros
Meu Quintana
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.
São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.
Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.
E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.
Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.
Manuel Bandeira
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.
São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.
Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.
E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.
Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.
Manuel Bandeira
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Frase
Para escrever tenho que me colocar no
vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente. Mas é um vazio
terrivelmente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem
medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras —
quais? talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo.
Convite triste
Meu amigo, vamos sofrer,
vamos beber, vamos ler jornal,
vamos dizer que a vida é ruim,
meu amigo, vamos sofrer.
Vamos fazer um poema
ou qualquer outra besteira.
Fitar por exemplo uma estrela
por muito tempo, muito tempo
e dar um suspiro fundo
ou qualquer outra besteira.
Vamos beber uísque, vamos
beber cerveja preta e barata,
beber, gritar e morrer,
ou, quem sabe? beber apenas.
Vamos xingar a mulher,
que está envenenando a vida
com seus olhos e suas mãos
e o corpo que tem dois seios
e tem um embigo também.
Meu amigo, vamos xingar
o corpo e tudo que é dele
e que nunca será alma.
Meu amigo, vamos cantar,
vamos chorar de mansinho
e ouvir muita vitrola,
depois embriagados vamos
beber mais outros sequestros
(o olhar obsceno e a mão idiota)
depois vomitar e cair
e dormir.
(Em: Brejo das Almas)
Carlos Drummond de Andrade
vamos beber, vamos ler jornal,
vamos dizer que a vida é ruim,
meu amigo, vamos sofrer.
Vamos fazer um poema
ou qualquer outra besteira.
Fitar por exemplo uma estrela
por muito tempo, muito tempo
e dar um suspiro fundo
ou qualquer outra besteira.
Vamos beber uísque, vamos
beber cerveja preta e barata,
beber, gritar e morrer,
ou, quem sabe? beber apenas.
Vamos xingar a mulher,
que está envenenando a vida
com seus olhos e suas mãos
e o corpo que tem dois seios
e tem um embigo também.
Meu amigo, vamos xingar
o corpo e tudo que é dele
e que nunca será alma.
Meu amigo, vamos cantar,
vamos chorar de mansinho
e ouvir muita vitrola,
depois embriagados vamos
beber mais outros sequestros
(o olhar obsceno e a mão idiota)
depois vomitar e cair
e dormir.
(Em: Brejo das Almas)
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Bombardeio aéreo
No governo José Sarney, o líder baiano Roberto Santos era o ministro
da Saúde e o filho do então ministro da Aeronáutica era titular da
Secretaria de Vigilância Sanitária. Os dois brigaram por causa de um caso de contaminação de sucos de frutas. Sobrou para o rapaz, sumariamente demitido. Mas
reza a lenda política que ele se vingou, promovendo atos do mais
genuíno terrorismo à brasileira: piloto de ultraleve, fazia vôos
rasantes sobre a casa de Santos, na Península dos Ministros, em
Brasília. Megafone em punho, berrava:
- Vou jogar suco na sua piscina!
Diário do Poder
Frase
A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.
Oscar Wilde
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
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