segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Eleições à vista

As eleições suplementares realizadas no último domingo no Amazonas para escolher o substituto do governador cassado mostraram que o povo não é bobo. Num universo de pouco mais de 2 milhões de eleitores, 1 milhão de amazonenses resolveram tomar vergonha na cara e não compareceram às urnas ou, se lá foram, votaram em branco ou nulo. Ou seja, o candidato, embora eleito, perdeu para os que não o querem governador.

De início vamos desmitificar essa crença de que uma eleição é anulada se mais de 50% dos eleitores se abstiverem de votar ou votarem em branco ou nulo. Para o resultado só são computados os votos validos. Assim, no caso do Amazonas aquele milhão de abstenções, votos brancos ou nulos aparentemente não serviram para nada, certo?

Errado; serviram sim e muito. Primeiramente serviram para mostrar que essa coisa de voto obrigatório é uma palhaçada. Igual ao próprio título de eleitor, que sozinho não serve para nada, sequer para votar. Mas os “não votos” serviram principalmente para mostrar aos políticos o grau de insatisfação e descrença que eles conseguiram sozinhos, sem ser necessário quem os ajudasse, arrebanhar junto ao eleitorado. E serviram por fim para retirar do mandato alcançado pelo “eleito” qualquer legitimidade que se pretenda com a tal “consagração nas urnas”. Ou será que um político que teve muito menos votos do que os que sequer votaram ainda terá a cara de pau de se dizer representante do povo? .... Pensando bem, cara de pau é o que não lhes falta.

De minha parte há mais de 5 eleições eu vou a Cabedelo, justifico meu voto e sempre deixo de passar a vergonha que os eleitores constrangidos sofrem quando seus candidatos são flagrados nessas negociatas, alianças espúrias e até roubo. Mas limito meu protesto a esse ato.

Nada a ver com a loucura que meu amigo A disse. Segundo ele, na combinação dos artigos 33 e 121 do Código Penal, se o cidadão eliminar um político corrupto não deve cumprir pena. “- Dr. Marcos, o senhor que é Advogado, me diga mesmo se não é verdade que matar alguém por motivo de relevante valor social ou moral sendo eu primário e de bons antecedentes me daria uma pena máxima de 3 anos em regime aberto? ”

Pelo amor de Deus, até para efeitos do IBAMA (que cuida da preservação de espécies exóticas) não vão matar os políticos; basta não votar neles, quem sabe preservando a espécie em gaiolas ou jaulas?

Marcos Pires
Do Blog do Tião

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