Claro que escrever não é um ato de tricotar, ou preparar um bolo, onde
se possa seguir uma receita. No entanto depois de 1700 crônicas diárias
aprendi alguma coisa. Não vamos falar de estilo ou fórmula. Não se trata
de ensinar a fazer clichês. O objetivo é orientar aqueles que tem gosto
pelo ato de escrever. A escolha de um bom tema é importante. Quanto
mais banal maior a possibilidade de agradar um número maior de leitores.
A escolha do título também é relevante. Muito leitor não passa dele.
Depois do tema, é a forma como vai trata-lo que fará o sucesso do texto.
Quanto mais direto, simples, e coloquial, melhor. Evite mostrar
erudição. Nada de citações e outras chatices. Escreva da forma que você
fala ou conversa com um amigo. Na crônica, é dessa maneira que o leitor
vai encarar seu texto. Diga tudo sempre da forma que ele gostaria de
ouvir. E quando o tema não é tão banal, comece, modestamente, mostrando
sua ignorância sobre o assunto. Depois vá contando como aprendeu uma
série de detalhes que gostaria de dividir com o leitor. Eles adoram
saber que sabem mais do que você. Recentemente escrevi sobre a folhagem
aspidistra, da qual o escritor inglês George Orwell ( autor de 1984)
escreveu como sendo a "flor da Inglaterra". Aspidistra não é exatamente
um tema comum, banal, mas dependendo como se expõe, mostrando ignorância
e modéstia, pode-se envolver, pela curiosidade, o leitor. E para
concluir, a crônica deve ser curta. Nas plataformas digitais as pessoas
não tem tempo nem disposição para textos longos. Este, por exemplo, já
passou da conta.
Eduardo P. Lunadelli
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