GE
ATUALIDADES
▪Fábio Sasaki (editor):
“De tempos em tempos surgem
alguns termos definidores de uma era. A ‘pós-verdade’ é a palavra da vez, cujo
conceito refere-se às ‘circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos
influência sobre a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças
pessoais’. Ou seja, muitas pessoas preferem acreditar em informações que não
tenham base na realidade, desde que elas estejam alinhadas com a sua visão de
mundo.”
(GE Atualidades, Fábio Sasaki,
Carta ao Leitor, São Paulo: Abril, ed. 26, 2º semestre 2017, p. 4.)
▪Lisandra Matias:
“‘Eu não ficaria surpreso se pós-verdade (post-truth, em inglês) se tornasse uma das palavras definidoras do
nosso tempo’, disse Casper Grathwohl, presidente da Oxford Dictionaries, em
novembro de 2016. Na ocasião, a expressão havia sido eleita a palavra do ano
pelo Dicionário Oxford, referência
global para a catalogação de novos termos.
“O substantivo foi definido como
‘relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos
influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças
pessoais’. Isso significa que, na sociedade atual, as interpretações e as
versões de um fato teriam mais importância do que o acontecimento em si. Ou
seja, a verdade factual torna-se irrelevante, e o que importa mesmo são as
crenças, ideologias e opiniões.”
Origem do termo
“A palavra ‘pós-verdade’ apareceu
pela primeira vez em 1992, na revista americana The Nation, em um artigo
do dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich a respeito da Guerra do Golfo
(1990-1991). O autor já apresentava a ideia de que, numa sociedade dominada
pela pós-verdade, os fatos importam menos do que as crenças. Doze anos depois,
o escritor norte-americano Ralph Keyes colocou o termo no título de seu livro A Era
da Pós-Verdade: Desonestidade e Decepção na Vida Contemporânea. Mas foi só
em 2016, com o artigo Arte da Mentira, na revista inglesa The Economist, que a expressão ganhou popularidade.” [...]
(GE Atualidades, Lisandra Matias,
Sob o domínio da pós-verdade, São Paulo: Abril, ed. 26, 2º semestre 2017, p.
174.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário