Não me
digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente
o perfume da paixão antiga,
Dos
nossos bons e cândidos abraços!
Sou a
dona dos místicos cansaços,
A
fantástica e estranha rapariga
Que um
dia ficou presa nos teus braços...
Não
vás ainda embora, ó sombra amiga!
Teu
amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta
canção de ondinas lá no fundo!
Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que
pra além de mim já não há nada
E
nunca mais me encontras neste mundo!...
Florbela d'Alma da Conceição Espanca
Poema extraído de uma publicação fac-similar do livro "Sonetos", 12ª edição, pág.125.
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