SÃO PAULO (Reuters) - Apoiado no sucesso do bestseller homônimo de John Boyne, o drama "O Menino do Pijama Listrado", do cineasta inglês Mark Herman, procura traduzir na tela a história de Bruno (Asa Butterfield), menino de 8 anos que se torna amigo de um garoto prisioneiro de um campo de concentração, apesar de ser filho de um oficial nazista (David Thewlis, o professor Lupin de "Harry Potter").
A novidade da história, que estréia no Brasil nesta sexta-feira, está em adotar o ponto de vista do menino Bruno, que não compreende à primeira vista a realidade que começa a ver pela janela de sua nova casa, cercada de muros altos e sempre guardada por sentinelas armados.
À distância, ele enxerga uma grande propriedade cercada por arame farpado e as estranhas roupas listradas de seus moradores.
Seu pai lhe garante que são "camponeses", trabalhando numa "fazenda". Um deles, Pavel (David Hayman), aliás, trabalha algumas horas por dia como ajudante na cozinha do oficial alemão, novo comandante do campo - que é nada menos do que Auschwitz, na Polônia, considerado como o maior campo de extermínio da 2a Guerra Mundial.
Como não são permitidas muitas conversas entre Pavel e Bruno, este decide contrariar a proibição de sua mãe (Vera Farmiga, de "Os Infiltrados") e sair dos limites de seu quintal, em direção à "fazenda" vista de longe. Do lado de lá do arame farpado está Shmuel (Jack Scanlon), menino judeu da mesma idade de Bruno, com quem ele começa uma amizade inesperada.
Bruno mantém em segredo estes contatos constantes com o novo amigo e que o farão, cada vez mais, entrar em conflito com alguns membros da família. Sua irmã mais velha, Gretel (Amber Beattie), está tornando-se gradualmente mais fanática pelo nacionalismo hitlerista, fruto da educação recebida através de um professor particular - ali onde estão, não há escolas.
A divisão também se instala entre o casal, já que a mãe desconhecia a extensão das atividades do campo agora comandado por seu marido, incluindo câmaras de gás que espalham, de tempos em tempos, um estranho cheiro nas redondezas.
A mesma discordância já ocorria antes entre os avós do menino. Sua avó materna (Sheila Hancock) inclusive se recusa a visitar o filho em seu novo posto, porque discorda da política nazista da "solução final", ou seja, a eliminação física de judeus e outros grupos visados pelo regime.
Com uma censura indicada para maiores de 12 anos, "O Menino do Pijama Listrado" consiste de uma fábula sentimental, que toma muitas liberdades para retratar essa hipotética amizade entre os dois meninos - e que, se se tratasse de um filme realista, não poderia desenvolver-se exatamente desta maneira.
Mas o que se tem aqui é uma parábola, que procura demonstrar que no fundo as pessoas são, como meninos, todas iguais e capazes de se compreenderem, superando as diferenças impostas por tiranias de ocasião.
Não se pode acusar o filme de ser difícil. A história retrata com clareza didática os horrores do nazismo de um modo que qualquer pessoa pode entender, personalizando a tragédia que, afinal, também atingirá a família do oficial nazista - seu grande trunfo final.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
do UOL Diversão e Arte
A novidade da história, que estréia no Brasil nesta sexta-feira, está em adotar o ponto de vista do menino Bruno, que não compreende à primeira vista a realidade que começa a ver pela janela de sua nova casa, cercada de muros altos e sempre guardada por sentinelas armados.
À distância, ele enxerga uma grande propriedade cercada por arame farpado e as estranhas roupas listradas de seus moradores.
Seu pai lhe garante que são "camponeses", trabalhando numa "fazenda". Um deles, Pavel (David Hayman), aliás, trabalha algumas horas por dia como ajudante na cozinha do oficial alemão, novo comandante do campo - que é nada menos do que Auschwitz, na Polônia, considerado como o maior campo de extermínio da 2a Guerra Mundial.
Como não são permitidas muitas conversas entre Pavel e Bruno, este decide contrariar a proibição de sua mãe (Vera Farmiga, de "Os Infiltrados") e sair dos limites de seu quintal, em direção à "fazenda" vista de longe. Do lado de lá do arame farpado está Shmuel (Jack Scanlon), menino judeu da mesma idade de Bruno, com quem ele começa uma amizade inesperada.
Bruno mantém em segredo estes contatos constantes com o novo amigo e que o farão, cada vez mais, entrar em conflito com alguns membros da família. Sua irmã mais velha, Gretel (Amber Beattie), está tornando-se gradualmente mais fanática pelo nacionalismo hitlerista, fruto da educação recebida através de um professor particular - ali onde estão, não há escolas.
A divisão também se instala entre o casal, já que a mãe desconhecia a extensão das atividades do campo agora comandado por seu marido, incluindo câmaras de gás que espalham, de tempos em tempos, um estranho cheiro nas redondezas.
A mesma discordância já ocorria antes entre os avós do menino. Sua avó materna (Sheila Hancock) inclusive se recusa a visitar o filho em seu novo posto, porque discorda da política nazista da "solução final", ou seja, a eliminação física de judeus e outros grupos visados pelo regime.
Com uma censura indicada para maiores de 12 anos, "O Menino do Pijama Listrado" consiste de uma fábula sentimental, que toma muitas liberdades para retratar essa hipotética amizade entre os dois meninos - e que, se se tratasse de um filme realista, não poderia desenvolver-se exatamente desta maneira.
Mas o que se tem aqui é uma parábola, que procura demonstrar que no fundo as pessoas são, como meninos, todas iguais e capazes de se compreenderem, superando as diferenças impostas por tiranias de ocasião.
Não se pode acusar o filme de ser difícil. A história retrata com clareza didática os horrores do nazismo de um modo que qualquer pessoa pode entender, personalizando a tragédia que, afinal, também atingirá a família do oficial nazista - seu grande trunfo final.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
do UOL Diversão e Arte
2 comentários:
NÃO SE ENGANE. NESSE MUNDO LOUCO ONDE O AMOR AOS POUCOS ESTÁ MORRENDO, EXISTE UM NAZISTA EM CADA ESQUINA.
NÃO CONFIEIS NOS NOBRES E NO HOMEM TERRENO A QUEM NÃO PERTENCE A SALVAÇÃO. (SÓ DEUS).
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