Quarenta anos de esforços, quarenta anos
De sofrimento, de existência incalma,
De tantas decepções e desenganos
Estoicamente recalcados na alma!
Oito lustros de prélios sem a calma
Que vem sempre depois dos grandes danos;
Oito lustros de sonhos, tendo a palma
Triste dos pesadelos cotidianos!
E sobre esta velhice prematura,
Sobre a melancolia e sobre o tédio
Em que tudo se finda sem ventura,
A luz do fogo-fátuo, tíbia e mansa,
Desta grande saudade sem remédio,
A saudade infinita da Esperança...
Arnaldo Nunes
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