Tomba a tarde, o sol baixa seus ardores,
Alvas nuvens no céu formam lavores
E a voz da passarada o campo enchendo:
O juriti em seu ramo de dormida.
Soltando um canto ali por despedida,
Dando adeus ao sol que vai morrendo.
E mergulha o sol pelo ocaso,
Já o dia ali venceu o prazo,
Abrem flores, o orvalho em gotas vem;
Limpa o céu, o firmamento se ilumina,
Uma luz alvacenta e argentina
Já se avista no céu, mas muito além.
Regressam do campo lavradores,
Apascentam os rebanhos os pastores,
E o mundo fica ali em calmaria;
A matrona embala o filho pequenino
E prestando atenção à voz do sino
Quando dobra no templo Ave-Maria.
Vem a noite, dormem ali as cousas mansas,
Dormem quietos os justos e as crianças,
E a virgem envia preces à divindade;
A velhice recorda arrependida
Todo erro que fez em sua vida
E murmura: quem me dera a mocidade.
Leandro Gomes de Barros
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