O Brasil mergulha no processo de escolha de prefeitos e vereadores. É momento delicado, mas também um dos raros em que o País tem a oportunidade de promover mudanças.
O povo está cansado do quadro atual e sente, embora sem as elucubrações sócio-políticas dos especialistas, a necessidade de algo mais que uma Democracia de Paisagem, onde o representante popular pouco sabe ou procura saber da vida real – aquela que frequenta o supermercado e anda de ônibus, bem diferente da receptora dos salamaleques, salgadinhos e cafezinhos dos corredores do poder.
O brasileiro está cansado de ter a vida consumida pelo trânsito, nas grandes e médias cidades, onde a falta de visão ameaça nos transformar num País de vielas. É preciso pensar num transporte coletivo factível, decente, capaz de oferecer uma alternativa a essa situação caótica.
Também não é suportável que haja cidades brasileiras sitiadas pela insegurança e chefes do crime transformando-se em exemplo de sucesso para uma juventude desesperançada.
Como um jovem, pobre, infeliz, sem opção de lazer, nascido e criado na periferia, não iria admirar o sujeito que anda de carrão, cheio de mulheres, se a sociedade não lhe deu o filtro para questionar a origem ou a ética por trás de tanta abastança?
É hora de votar no melhor. E digo isso não como militante partidário, mas, suprapartidariamente, como alguém que deseja contribuir para a construção de uma Nação mais digna.
A política está separando o povo dos políticos. As instituições estão desmoralizadas, desrespeitadas por alguns de seus próprios membros, que não entendem a necessidade de transmitir imagem de correção e honestidade à população.
Arthur Virgílio
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