Eis como gosto de marcar o espaço: com um carimbo.
- Que belo, esse seu instinto de domínio.
- Marcar um território como se marca uma vaca, bem no dorso e com muita força. Uma marca que nunca mais saia.
- Portanto Vossa Excelência, dono e proprietário e senhor e chefe e etc., no fundo, pois então, Vossa Excelência, dizia, como dono de um território, decide marcar o espaço que lhe pertence com um carimbo, é isso? Marca o espaço como se marca uma vaca.
- Exato. Até pensei mesmo em assinar o espaço. A minha assinatura, o meu belo nome, num canto do espaço que me pertence. Que lhe parece?
- Parece-me inovador. Portanto, em vez de cercas e arame farpado, Vossa Excelência assina, por assim dizer, o chão que lhe pertence.»
Gonçalo M. Tavares
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