Cansado de sofrer do mal de amor,
procurei proteger meu coração
e comecei a grande construção
da minha fortaleza interior.
Fiz vigas de concreto contra a dor,
revesti as paredes de razão,
portas, janelas, piso, elevador,
tudo impermeável à emoção.
Como não tem no mundo quem não falhe,
esqueci, entretanto, de um detalhe,
e meu trabalho não ficou completo.
Meu coração, em paz, adormecido,
acordou, de repente, com um ruído:
Era a saudade entranto pelo teto.
Ronaldo José da Cunha Lima
(Poeta paraibano falecido no último sábado 07.07, após incansável luta contra um câncer)
Nenhum comentário:
Postar um comentário