quinta-feira, 1 de março de 2012

Para Marta

A Paraíba e, a essas alturas, o Basil, já tomou conhecimento da carta escrita por você, carta de amor para um “affair”.

Sua carta expunha detalhes da sua vida íntima, seus sentimentos, sua angústia, seus quereres e sua decepção. Deixa transparecer o seu sofrimento, sua mágoa… todos os tipos de comentários foram formulados, dedos apontaram para você, olhares irônicos e maliciosos a fizeram pedir exoneração do cargo em comissão que exercia no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região.

Você tá parecendo a Geni, da música de Chico… E pior, deve estar se sentindo humilhada, constrangida, envergonhada…

Por isso, Marta, saio do meu anonimato para lhe dizer uma coisa: Fique assim não! Percebe-se, nas entrelinhas, que você é uma mulher resolvida com sua sexualidade, ética, a ponto de não querer se envolver em um triângulo amoroso, ciente da sua posição profissional e pessoal…

Viveu uma história de amor? Se expôs? Se apaixonou? Descobriu-se enganada, traída? Quem nunca passou por uma dor de amor que atire a primeira pedra… quem nunca sofreu aquela dor que, de tão doída, atinge até o seu corpo, parece física… quem nunca chorou desesperadamente a dor da perda, a dor do querer e não ter ou da consciencia de nunca ter tido? Quem, em sã consciência, pode afirmar que nunca fez uma loucura de paixão? Quem nunca se expôs, de uma forma ou de outra?

Marta, você é uma mulher como outra qualquer…e como mulher, sofre, chora, se angústia, ama e tem momentos em que se encontra no fundo do poço. No entanto, não se esqueça das Fênix, depois de tudo, renascemos das cinzas.

Chore, chore muito… depois levante a cabeça e tenha orgulho do que você tem e é pois, minha querida, o sol nasce, impreterivelmente, todos os dias.

Para aqueles que estão achando graça na história, lembrem-se que é um ser humano que está sofrendo e que se expôs sem querer…perdeu, inclusive, seu emprego nesse País de miséria… E se acham que a carta publicada foi rídicula, Fernando Pessoa já dizia: Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas.(...) Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são Ridículas.

Boa sorte, Marta!


Alessandra Costa

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