terça-feira, 28 de maio de 2019

Seria bom que o Bolsonsaro lesse um pouco da história

Fui talvez uns dos primeiros a escrever sobre semelhanças entre o atual presidente e Jânio. Era sua primeira ou segunda semana de governo. Agora com cinco meses no poder, as semelhanças só fizeram aumentar. Resumidamente para quem não viveu aqueles dias, o Jânio, eleito por larga maioria, com discurso moralizador e populista, começou a enfrentar forte oposição no congresso. Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. Naquele tempo a corrupção entre os deputados e senadores era igual às dos dias presentes, o que agrava hoje é o componente ideológico. Um presidente eleito pela maioria, e nele depositando muitas expectativas e esperanças, não garante um apoio irrestrito dos congressistas. Pelo contrário, cria inveja e ciúme. Vira alvo de todas as forças opostas. No caso do Jânio, chamou-as de "ocultas". No desespero da imobilidade, e certo de que o povo o reconduziria ao poder, renunciou. As ruas, pegas de surpresa, silenciaram. Ele continuou bebendo e lamentando o erro de calculo. Ao Bolsonaro não me espantaria atos semelhantes, sóbrio, e certo de que sua atitude seria para o bem do Brasil, e cumprindo uma missão divina. No caso do Jânio o exército estava longe dos holofotes. E longe, na China, estava seu vice João Goulart. Mais uma vez as semelhanças se cruzam. O vice do Bolsonaro esta na China. A diferença é que os militares desta vez estão em grande, e seletivo grupo, dentro do palácio. Quem viver verá. 

Eduardo P. Lunardelli

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