quinta-feira, 31 de maio de 2018
Versiculos do dia
Por
isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de
nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de
homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também
opera em vós, os que crestes.
Forza, Neymar
Merval Pereira diz que os petistas estão em campanha contra o time do Brasil na Copa do Mundo:
“À medida que vai desmoronando a tese da esquerda de que a
Operação Lava Jato se dedica apenas a perseguir Lula, vão ficando cada
vez mais patéticas as tentativas de criar fatos políticos que não se
realizam (…).
O ponto mais risível do marketing político dos apoiadores de Lula é a
tentativa de esvaziar a torcida pela seleção brasileira na Copa do
Mundo da Rússia sob a alegação de que a camiseta amarela foi usada pelos
‘coxinhas golpistas’ no impeachment de Dilma (…).
Tenta-se reviver um sentimento que esteve muito presente em 1970, em
plena ditadura militar, quando muitos da esquerda decidiram não torcer
pelo time de Pelé, Tostão, Jairzinho e companhia.”
Como se sabe, o PT torce para o Bayern de Munique.
O Antagonista
quarta-feira, 30 de maio de 2018
O truque da bola gelada
Uma maneira esperta de se chegar à final ideal numa Copa
Michel Platini, que admitiu a existência de um arranjo para que na Copa
do Mundo de 1998 as seleções brasileira e francesa só pudessem se
encontrar na final
O francês Michel Platini, ex-craque e cartola acusado de ter levado 2
milhões de francos suíços em serviços escusos para a Fifa e a Uefa, declarou no
fim de semana que ajudou a manipular o sorteio dos grupos na Copa do
Mundo de 1998, realizada em seu país. A ideia era a de que França e
Brasil não se cruzassem em nenhum momento do torneio que não fosse a
final. O que aconteceu, com a vitória da França por 3x0.
Platini deve
saber o que diz. Era presidente do Comitê Organizador daquela Copa. O
segredo estava em manipular a escolha das chaves, a qual se deu por
sorteio numa cerimônia em Marselha. O responsável pelo sorteio era o
então secretário-geral da Fifa, o suíço Joseph Blatter,
logo depois presidente da entidade e atualmente banido do futebol por
acusações de corrupção —uma delas a de, em 2011, ter indevidamente
destinado 2 milhões de francos suíços a... Michel Platini.
O sorteio para a escolha das chaves foi feito pelo velho processo de
bolas dentro de potes, recolhidas manualmente por uma pessoa que, ao
enfiar a mão no pote, não tinha como saber qual bola estava tirando. Mas há como saber. Pouco antes do sorteio, basta botar na geladeira a bola que se quer tirar.
Não sei quem inventou isso, mas o truque foi muito usado pela antiga
CBD, hoje CBF, nos sorteios que, nos anos 50, regulavam o antigo
campeonato brasileiro de seleções estaduais. Um dos cartolas da CBD era
então João Havelange —o mesmo que presidia a Fifa durante o sorteio para a Copa de 1998.
O fato é que, com a França como cabeça de chave num grupo e o Brasil em
outro, a bola gelada pode tê-los levado em segurança até a decisão da
Copa. Na qual, como se sabe, Ronaldo Fenômeno teve um treco antes do jogo. Aliás, onde estaria Platini naquele momento?
Nos sorteios de hoje, parece, não se usam mais bolas, e sim algoritmos. Mas quem garante que não há também algoritmos gelados?
Ruy Castro - Folha de S. Paulo
É um dos maiores biógrafos brasileiros, já escreveu sobre Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
A especulação é no comércio uma
necessidade; é nos abusos, uma inconveniência; mas entre as
inconveniências dos abusos e a necessidade do uso, esta,em todos os
casos dessa espécie a liberdade, que deve ser respeitada, porque se em
nome de abusos possíveis nos quiserem tirar a liberdade do uso, talvez
não nos deixem água para beber.
Rui Barbosa
terça-feira, 29 de maio de 2018
Frase
"Éramos amigos e agora somos estranhos um ao outro.
Mas não importa que assim o seja:
não procuremos escondê-lo ou calá-lo
como se isso nos desse razão para nos envergonhar.
Somos dois navios cada um dos quais
com o seu objetivo
com o seu objetivo
e a sua rota particular".
Versículos do dia
Mas quem suportará o
dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele
será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros.
Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
O amor romântico é como um
traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a
veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da
pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um
caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o
princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente,
nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o
aspecto da criatura, por eles vestida.
Fernando Pessoa
Já que tenho de salvar o dia de
amanhã, já que tenho que ter uma forma porque não sinto força de ficar
desorganizada, já que fatalmente precisarei enquadrar a monstruosa carne
infinita e cortá-la em pedaços assimiláveis pelo tamanho de minha boca e
pelo tamanho da visão de meus olhos, já que fatalmente sucumbirei à
necessidade de forma que vem de meu pavor de ficar indelimitada - então
que pelo menos eu tenha a coragem de deixar que essa forma se forme
sozinha como uma crosta que por si mesma amadurece, a nebulosa de fogo
que se esfria na terra. E que eu tenha a grande coragem de resistir à
tentação de inventar uma forma.
domingo, 27 de maio de 2018
Caminhoneiros vão cumprir liminar e abastecimento em postos será regularizado na PB
O abastecimento dos 670 postos revendedores da Paraíba deverá ser
regularizado nas próximas horas, isso por que o comando de greve do
Sindicato dos Caminhoneiros resolveu acolher a decisão da justiça que
liberou o acesso e o carregamento total dos veículos transportadores de
combustíveis, revelou o presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindipetro-PB), Omar Hamad
Filho, que participou, neste sábado (26), de uma reunião no Porto de
Cabedelo.
Omar elogiou a postura dos caminhoneiros, “que promoveu até aqui um movimento ordeiro”,
voltou a ressaltar a causa como justa e disse que a Paraíba deve sair
dessa situação em situação mais confortável que os demais estados.
Omar disse que o cumprimento da liminar não quer dizer que o suprimento
aos postos esteja normalizado, uma vez que isso dependerá agora da
decisão dos próprios motoristas, “mas acreditamos que estamos
próximos da resolução do impasse”. “É importante dizer que não tivemos
colapso de combustíveis, embora a escassez de produtos, fruto da
mobilização justa dos caminhoneiros”, registrou.
O presidente do sindipetro-PB também agradeceu a mediação promovida pelo
‘gabinete de crise’, formado para dirimir os efeitos da situação no
Estado, e enalteceu a postura do presidente do Sindicato dos
Caminhoneiros, Emerson Galdino, “pela forma como vem conduzindo a
mobilização”.
“Em pleno sábado, encerrando mais uma reunião produtiva e que
deliberou pela retomada do abastecimento aos postos de combustíveis na
Paraíba, graças a sensibilidade dos Sindicatos dos Caminhoneiros que
decidiu cumprir a decisão judicial de uma liminar do Sindipetro-PB.
Durante esse tempo, o diálogo foi fundamental a partir de um gabinete de
crise que constituímos. Agradecer ao presidente Emerson, dos
Caminhoneiros, Gilmara, do Porto de Cabedelo, o pessoal dos terminais,
Major Kelton e demais envolvidos”, agradeceu.
Omar Aristides Hamad Filho voltou a defender a redução dos impostos que
respondem por 45% da composição de valores de combustíveis, como a
gasolina. “Nossa luta deve ser pela revisão da política da Petrobras,
mas pela redução dos impostos”, finalizou.
ParaibaOnLine
Humor
Fui em uma concessionária e logo que entrei o vendedor me abordou.
- Boa tarde! Posso ajudar o senhor? Gostou de algum veículo?
- Boa tarde. Gostei sim dessa Hilux.
- Boa tarde. Gostei sim dessa Hilux.
- Bom, estamos com uma mega promoção. Você levando esta Hilux pagamos as 3 primeira parcelas.
- Sério?
- Sério?
- Sério.
- Vou levar então.
- Vou levar então.
- Em quantas parcelas?
- Três!
A morte absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira
A ignorância e a burrice
"As constelações servem para esclarecer a noite". Bela
frase, não? A mim, soa como Guimarães Rosa, o uso ambíguo do verbo esclarecer
sugerindo algo de arcaico e místico. Um astrólogo certamente enxergaria nela
vestígios simbólicos, as constelações servindo para aclarar a obscuridade de
nossos destinos. Um marinheiro, por outro lado, veria na frase a expressão de
uma verdade empírica: à noite, navegamos orientados pelas estrelas —
conhecimento indispensável quando nos faltam instrumentos. Eu fico com a
ressonância lírica — me basta.
Juro: se pudesse, roubava a frase para dizê-la como um
comentário displicente depois de observar longamente o céu salpicado de
estrelas numa noite de lua nova, lá no alto da serra. Sim, depois de um longo
silêncio eu sussurraria ao teu ouvido num tom grave e sorrateiro: "As
constelações servem para esclarecer a noite", e certamente mais duas
estrelas se acenderiam no teu rosto, cheias de admiração pela sabedoria que eu
teria se a frase fosse minha...
E nem seria difícil me apropriar da frase, visto que ela talvez
hoje envergonhe seu autor anônimo, depois de ter sido enjeitada pelos bedéis do
senso comum que julgaram as redações da galera que prestou vestibular para UFRJ
este ano. Eles não só não gostaram da frase como a incluíram em uma mensagem
eletrônica que fizeram circular pela Internet (eu só recebi agora) reunindo o
que consideraram ironicamente como "pérolas": frases que continham
erros mais ou menos crassos — fosse de informação, sintaxe ou grafia.
Há outras frases igualmente geniais. Por exemplo: "O Brasil
é um país abastardo com um futuro promissório". Engraçadíssima síntese
histórica, sociológica e econômica! E se há erro no uso do
"abastardo", salva-se o "promissório" — que, basta consultar
o Aurélio, serve de sinônimo de "promissor", sim — além de criar uma
ambigüidade semântica digna dos melhores humoristas.
Outra na mesma linha: "É preciso melhorar as indiferenças
sociais e promover o saneamento de muitas pessoas". Esta é irretocável!
Nossa indiferença social é mais do que visível, é chocante, e certamente o
saneamento de algumas pessoas poderia ser a solução — isto é, se crermos que
certas pessoas são mesmo saneáveis... Um jovem sustentar essa esperança me
enche de genuína alegria.
Outras duas me surpreenderam positivamente por seu evidente
surrealismo: "A Geografia Humana estuda o homem em que vivemos". Ora,
não sei se existe mesmo uma geografia humana, mas certamente não faltariam
acadêmicos que defenderiam a idéia de que o homem é um produto da cultura e
que, portanto, o homem antecede o homem — isto é, vivemos "em" um
homem que nos é dado ou imposto sob a forma de uma língua, costumes,
preconceitos e gostos que seria mesmo importante estudar, até para podermos saneá-lo.
A segunda diz assim: "A História se divide em 4: Antiga,
Média, Moderna e Momentânea (esta, a dos nossos dias)". O.K., era pra se
dizer "contemporânea", mas na velocidade em que anda a história o
rapaz ou a moça foi talvez premonitório — ou deveria eu dizer promontório?
Finalmente, três frases que foram rejeitadas certamente apenas
por seu tom coloquial, pois a verdade delas é tão cristalina que dispensa
qualquer defesa: "Com a morte de Jesus Cristo os apóstolos continuaram a
sua carreira." (E com enorme sucesso, ressalte-se). "Os pagãos não
gostavam quando Deus pregava sua dotrina e tinham a idéia de eliminá-lo."
(Está certo, faltou o u de doutrina, mas a ênclise chiquérrima compensa-a com
sobras). "Entre os povos orientais os casamentos eram feitos "no
escuro" e os noivos só se conheciam na hora h."
Pois é, eis aí exposta a diferença entre a ignorância e a
burrice. Ignorância é falta de conhecimento. Burrice é preconceito travestido
de conhecimento. O ignorante pode ou não ter consciência do que não sabe. O burro
tem certeza de que sabe o que, na verdade, não sabe. O burro, enfim, privilegia
o mediano, o medíocre, o conhecido e reiterado. Está condenado a repetir, cego
para a "milionária contribuição de todos os erros" de que falava
Mário de Andrade — ou seria Oswald?
Bom, ficam desde já convidados os autores das frases citadas a
comparecer a este jornal para receber a Comenda Mário de Andrade (ou será
Oswald?) em reconhecimento a sua modesta, mas decisiva, contribuição ao nosso
milionário acervo de erros. Pois, vítimas de um ensino dominado pelos burros,
conseguiram dar um brilho de genialidade à própria ignorância. Parabéns e
obrigado — minhas melhores esperanças repousam sobre vós.
Antônio H. Caetano
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