domingo, 9 de agosto de 2009

Senhoras e senhores, respeitável público, com vocês: o mundo do circo!


Amigos do Blog, ao receber um telefonema do amigo Teófilo, relembramos juntos detalhes de um tempo que não voltará jamais; e por assim ser, volto novamente à esta página para juntos lembrarmos um pouco mais do " maior espetáculo da terra".

SENHORAS E SENHORES...RESPEITÁVEL PÚBLICO...COM VOCÊS...O MUNDO DO CIRCO!

Não posso deixar de comentar que quando o circo chegava na cidade de Pombal; e era assim também em outras cidades interioranas, logo se percebia pela grande quantidade de veículos e trailers que desembarcavam toda uma parafernáfia de objetos ao chão e logo se ouvia o barulho das estacas e a colocação do mastro central para a instalação da lona; que em sua grande maioria, parecia mais uma colcha de retalhos e logo se percebia por ela, se o circo era "rico" ou "pobre"; mas, não era só isso.

Me lembro muito bem que eu via famílias inteiras morando em pequenas tendas e alguns; geralmente os donos do circo e seus parentes, em traillers que tinham inclusive o que havia de mais moderno na época: Um televisor preto e branco. Ao estender a lona; em pouco tempo já se podia ouvir um carro velho caindo aos pedaços anunciando que...O CIRCO CHEGOU...e me lembro bem que, os que tinham mais dinheiro ficavam nas cadeiras da frente e eu, sempre ficava nos "puleiros" (isso mesmo) puleiros. Sempre achava arriscado ficar sentado naquelas tábuas , mas o mais interessante é que era justamente lá...onde estava a maioria do público, onde podíamos sentir com mais emoção o calor do espetáculo...e eu me lembro bem...pois a propaganda dizia...além dos mágicos, trapezistas e gozadíssimos palhaços, tinha também as bailarinas, onde, no auge da minha puberdade por volta dos 12 anos, ví uma delas ao céu...girando...suspensa ao ar com uma corda...meu Deus!!!era ela linda!!! com um mini vestido e sapatilha vermelha...parecia um anjo em forma de mulher!!!

Ao chegar segunda na escola, lá estavam eles...o pessoal do circo distribuindo "cortesias pela metade" ou seja, era um ingresso que dava o direito de você pagar meia entrada.

Me lembro bem que a noite a lotação era geral, onde em muitos circos,quem estava dentro queria sair e quam estava fora queria entrar; isso sem esquecer o jeitinho brasileiro de entrar por debaixo da lona sem pagar; coisa que eu nunca fiz; mas muitos procuravam, dando voltas ao redor do circo , encontrar uma maneira de entrar sem pagar .

Era uma aventura arriscada e cheia de emoções. Muitos foram os circos que não me lembro agora de todos; sei que tinha o Circo Garcia, Orlando Orfei...a gente nestas horas só se lembra dos mais famosos; porém os circos que aqui passavam tinham uma infinidade de nomes, muitos deles ridículos; onde, pelos seus picadeiros já se apresentaram cantores populares da época como Valdick Soriano...Carlos Alexandre...Diana...Lindomar Castilho...e até Gretchem...cujas apresentações da "rainha do rebolado" na época, levavam os homens ao delírio e as namoradas e esposas a um ataque de ciúmes; e foi neste misto de realidade e fantasia que muitas moçoilas fugiram ou "foram embora", ou mesmo, tiveram um caso amoroso com funcionários, bailarinas e até mesmo o dono do circo; cujas mães que possuiam filhas mais "afoitas" deram muita dor de cabeça aos pais e a delegacia de polícia local.

Hoje vivemos em uma outra época...mas a magia do circo...em nossas vidas....permanecerá para sempre !!!

Dagvan Formiga

2 comentários:

Teófilo Júnior disse...

Agora é hora de inverter os papéis. Geralmente faço publicações neste Blog e o velho amigo Dagvan as enriquece com os seus lúcidos comentários.

Mas hoje, o comentário do "Velho Lobo do Mar" (é assim que costumo chamá-lo)extrapolou os limites da sensibilidade rememorando momentos inesquecíveis de nossa infância da áurea mágica do circo.

Particularmente, sempre gostei de circo, assim como sempre me encantei com os seus artistas. E aqui vinha circo para todos os gostos. Parece-me que quanto mais pobre era a "companhia circense" mas engraçado ele era.

Dentro dele, como expextador de ilusão, assim como Dagvan, eu era alçado à condição de "galinha", pois era no poleiro que me assentava, por ser mais barato, evidentemente.

Na verdade, sentado naquelas tábuas, sonhava ser um desses artistas do picadeiro, sonhava voar no trapézio não fosse o inevitável "NÃO" da minha circunferência abdominal.

Depois, mudei o sonho em direção ao atirador de facas, mas percebi que, costumeiramente perdia a direção na vida e isso poderia me fazer perder a direção com as facas. O resultado poderia ser fatal, para a moça, claro!

Depois imaginei-me domador, mas ponderei. Era valentia demais e coragem de menos. Logo vi que quem sairia ganhando nesse sonho seriam os leões. Com certeza uma farta refeição!

Com o passar dos anos, já adulto, resolvi acordar do sonho e ser palhaço na vida real. Ser palhaço é sempre mais fácil e menos perigoso.

- Difícil não ser palhaço nesse país!

Parabéns Dagvan. Adoorei o seu resgate. Me fez transportar a um tempo maravilhoso.

P.S. Ainda hoje assisto a todos os circos que aportam na terrinha.

Unknown disse...

Puxa Teófilo !!! Que Bom !! gostei muito do seu comentário e a parte final me deixou mais contente no sentido de que você ainda comparece aos "circos" que heroicamente resistem nesta era digital. Outra parte que me chamou a atenção foi o fato de que você observou de que, os circos, quanto mais pobres...melhor !!! isso é interessante. O que eu pude observar ao longo do tempo é que as piadas dos palhaços foram ficando com o passar dos anos mais imorais e as dançarinas, que antes ficavam apenas ao lado do apresentador ou dos mágicos, começaram a apresentar um número de streap-tease (não completo,é claro); só para lotar o circo. Acho que foi mais ou menor por aí , que o circo começou a perder aquela pureza de outrora; dando espaço a espetáculos, digamos, mais....picantes !!! ah,ah,ah,ah.... VALEUUU!!! :)