E então há um lugar para onde vão os sonhos que a gente desacredita, onde moram os anéis que perdemos, os brincos descasados, o pé de meia preferido, o batom engolido pela bolsa. Há um lugar, um sumidouro, para onde são tragados os sorrisos que não voltam, o cheiro do cabelo, um colarinho manchado, o perfume na manga do vestido, teu nome no bilhete, um gosto de vinho grudado na língua. Ficam lá, suspensos numa órbita improvável e inacessível, ao som de três ou quatro frases para sempre repetidas que a gente procura esquecer. E um dia esquece.
Extraído do blog da Patrícia Antoniete
Extraído do blog da Patrícia Antoniete
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